Nelson Bortolin
Revista Carga Pesada
De 2 de março a 2 de agosto, foram realizados em todo o Brasil 334.894 exames toxicológicos em processos de habilitação ou de renovação de Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorais C, D e E. Desse total, feito por seis laboratórios autorizados pelo governo, 4.562, ou 1,36%, tiveram resultados positivos (ver quadro). Os números foram repassados à Carga Pesada pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).
Seja por medo de receber resultado positivo, seja para evitar pagar cerca de R$ 300 pelo exame toxicológico, que tornou-se obrigatório a partir de 2 de março, os motoristas estão requerendo menos carteiras de habilitações (CNHs) nas categorias C, D e E. Isso ocorreu em pelo menos dois Estados nos quais a reportagem conseguiu estatísticas: Paraná e Rio de Janeiro.
De janeiro a junho deste ano, o Detran Paraná registrou 77.651 CNHs nessa categorias. No mesmo período do ano passado, haviam sido 84.554, uma queda de 8%. Já, o número de reclassificações para a categoria B mais que dobrou, de 10.450 para 24.510. São situações em que o motorista pede o rebaixamento da sua habilitação e, assim, não precisa fazer o exame toxicológico.
Já a assessoria de imprensa do Detran fluminense afirma que, de janeiro a julho deste ano, concedeu 8.215 CNH na categoria C, uma redução de 65% em relação ao mesmo período do ano passado. Na categoria D, foram 23.519 (-45%). E na E, 2.803 (-28%).
O diretor-geral do Detran PR e presidente da Associação Nacional dos Detrans (AND), Marcos Traad preferiu não fazer avaliação sobre o período em que a lei está em vigor. “Ainda não dá para fazer afirmações.” Mas diz ser o único dos diretores dos departamentos estaduais de trânsito a defender o exame. “Sei que a eficácia dele é muito alta”, declara. Mas Traad foi voto vencido e a entidade está questionando a constitucionalidade da lei.
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