Cláudia de Albuquerque

 

A Ford Caminhões mostrou pela primeira vez, em São Paulo, o caminhão para o segmento de extrapesados, com capacidade de até 56 toneladas. A apresentação aconteceu simultaneamente com o lançamento da Ford Otosan na Turquia, onde o modelo também será produzido.

Oswaldo Jardim, diretor de Operações de Caminhões para a Ford América do Sul, diz que a aposta é “atrevida”. Segundo ele, a Ford resolveu entrar nos extrapesados por conta da importância deste segmento. “O extrapesado é o segmento de maior crescimento do mercado brasileiro. Em 2012, movimentou R$ 10,8 bilhões e respondeu por 40% da receita gerada na venda de veículos comerciais acima de 3 toneladas”, explica.

O momento para o lançamento tem como reforço o crescimento do País. “O Brasil deverá crescer de 3% a 4% ao ano, e a produção de caminhões deverá voltar aos patamares de 2011, e crescer 10% ao ano nos próximos quatro anos”, prevê Jardim.

Mercado em expansão

Com o lançamento do modelo extrapesado, a marca entra no segmento que tem apresentado o maior crescimento no mercado e em 2012 foi responsável por 24,6% das vendas (33.700 unidades). “Esperamos que até o final da década, o extrapesado represente 30% do mercado. Na Turquia, esse número é bem maior, o extrapesado responde 40% do mercado”, explica Jardim.

Pensando em rentabilidade, a Ford Caminhões América do Sul investiu 36 meses no desenvolvimento global do caminhão extrapesado. Os investimentos de R$ 670 milhões, previstos para o ciclo de 2011 a 2015, foram consumidos em parte pelo projeto.

Para que o produto saia da linha pronto para ganhar as estradas, a empresa fez uma pesquisa que direcionou o desenvolvimento do caminhão. Segundo a montadora, esse segmento é formado 95% por cavalos-mecânicos, com potências acima de 400 cavalos, com 46,7% dos veículos com configurações 6×2, 37,4% para 6×4 e em declínio com 15,9% para tração 4×2.

Uma pesquisa realizada pela marca também revelou que o comprador desse segmento é mais “mimado”, quer receber mais atenção das empresas. Os fatores mais valorizados pelo segmento são:

1º. Resistência (20%)

2º. Praticidade e potência (19%)

3º. Relacionamento (14%)

4º. Design e tecnologia (11%)

Em último lugar com 3% está a vida a bordo

O protótipo apresentado é um caminhão extrapesado 6×2, com câmbio automatizado, motorização Cursor FTP 420 cv, cabine leito e teto alto. O modelo que será lançado no Brasil, ainda poderá sofrer mudanças de potência e configurações. Na Turquia o novo caminhão saiu com 430 cv para motores Euro 3 e 460 para Euro 5,  já que os atuais motores podem ser calibrados para diversas potências, basta mexer no tempo de injeção e noutros ajustes.

Global com sotaque baiano

O novo produto foi criado e desenvolvido em conjunto pelos times de design e engenharia da Ford do Brasil e da Turquia. O desing da cabine foi desenvolvido pelo Estúdio de Design da América do Sul, em Camaçari, na Bahia. O desenvolvimento dos fornecedores locais e adaptações para o mercado e condições locais também foram feitos pela Ford América do Sul.

O objetivo foi oferecer uma plataforma global que terá a melhor configuração e custo-benefício do segmento, aliando conforto na cabine, desempenho, economia, robustez e tecnologia avançada. A produção e lançamento para o mercado nacional estão previstos para o segundo semestre.

O novo Ford Cargo extrapesado, segundo a montadora, é um caminhão global com excelente configuração e custo-benefício no segmento, em sintonia com as necessidades do mercado. “É um veículo resistente, confiável e acessível, com padrão de qualidade global. Vai oferecer também alto desempenho e conforto, com ótima dirigibilidade e economia operacional”, afirma Jardim. “Fomos os pioneiros, conhecemos bem as estradas e os clientes da nossa região. Por isso, dizemos que a gente tem estrada”, complementa.

A Fábrica de Caminhões Ford em São Bernardo do Campo, SP, é uma das mais produtivas e competitivas do segmento. Ela opera em turno único, com um ritmo de produção atual de 166 caminhões por dia, e irá produzir o extrapesado.

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