O responsável pela área comercial do Scania Banco, Roberto Martins, diz que o volume de financiamento de seminovos está abaixo do esperado. “Mas há procura e os modelos estão sendo financiados normalmente, inclusive pelo Procaminhoneiro”, informa.

A Scania mantém um programa de caminhões seminovos há 10 anos. É o Super Zerado, que já vendeu mais de 3.500 veículos.

O gerente do programa, Silvio Sant’Anna, conta que a média de idade dos veículos é de sete anos. Os compradores, segundo Sant’Anna, costumam ser os pequenos e os microempresários que têm até 10 caminhões. Ele admite que o autônomo que procurar comprar o primeiro veículo terá dificuldade para obter crédito.

Já o diretor de Vendas, Marketing e Pós-venda da MAN Latin America, Ricardo Alouche, diz que é comum ouvir de empresários que gostariam de renovar a frota, mas desistem porque não conseguem bons preços pelos usados. “Temos que abrir o cadeado da venda de usados, para melhorar também a venda de novos. Sabemos que, quando o negócio de usados está saturado, o impacto na venda dos novos é da ordem de 20% a 30%”, afirma.

O contrário também é verdadeiro, diz Alouche: quando o mercado de seminovos está bom, a venda de novos pode subir na mesma proporção.

O diretor de Vendas de Veículos da Scania, Eronildo de Barros Santos, ressalta que o mercado de caminhões usados no Brasil é muito diferente do europeu. Aqui, o seminovo vale muito mais. “Um caminhão com cinco anos de uso custa quase a metade de um caminhão novo no Brasil, mas na Europa não passa de 25%”, ressalta. Mas essa é uma realidade que estaria mudando gradativamente, segundo ele.

Santos defende o sucateamento dos caminhões de 15 anos ou mais por meio de um programa de renovação de frota como o mexicano. “O proprietário leva seu veículo com 10 anos ou mais para um centro de reciclagem e recebe um certificado. Leva o documento ao banco e obtém financiamento para comprar um novo. E ainda ganha um subsídio no valor do caminhão que foi sucateado.”

Natale Rigano, vice-presidente de Vendas e Marketing da Iveco, defende uma política de valorização dos seminovos, projeto que a montadora irá promover junto à sua rede concessionária.

Rigano lembra que a Iveco retomou suas atividades no Brasil em 1998 e começou a produzir a linha pesada em meados de 2000. “Então, ainda estamos na primeira geração desses veículos e temos de ajustar com a nossa rede a forma de dar uma segunda vida a esses caminhões”, afirma. Segundo ele, a rede já conta com especialistas que tratam o seminovo para revenda, concedendo a garantia necessária.