É essa sensibilidade que ela usa no serviço de seleção de motoristas do G10
Dani Garcia
Existem muitas mulheres na área de Recursos Humanos de todo o tipo de empresa, cuidando principalmente do recrutamento e seleção. Segundo Adriana, algumas características femininas fazem diferença. “Acho que a mulher tem mais sensibilidade e paciência para ouvir e fazer uma boa avaliação.”
O G10 tem mais de mil motoristas. “Nossa responsabilidade na seleção é grande. Não é uma profissão perigosa, mas é uma atividade que pode colocar vidas em risco”, explica.
Por falar nisso, a quantidade de horas dirigidas sem descanso é uma questão que preocupa. Embora o G10 não tenha uma regra que fixe o máximo de horas seguidas de trabalho, os profissionais são orientados a descansar o necessário e parar para dormir, diz Adriana. “A gente já sabe o resultado dos exageros.”
Para quem pretende entrar no ramo, ela listou algumas características essenciais: ter muita atenção, não beber ou usar drogas. E também gostar de viajar, de desafios e ter vontade de conhecer coisas novas.
Adriana ressalta que, na seleção, “nosso primeiro critério é a experiência do motorista. Também olhamos a pontuação na carteira, que é um dado bastante importante, e fazemos uma entrevista”.
Se a empresa perceber potencial e vontade, o candidato é encaminhado para o Centro de Treinamento, mesmo que seja pouco experiente ou não esteja habituado com o tipo de caminhão que irá dirigir. “Temos dois caminhões-escola. Ensinamos a pessoa a trabalhar, fazemos uma viagem com ela, mostramos o serviço”, explica Adriana.
Ela discorda dos que acham que motorista ganha mal. “Eu acho que ganha bem. Um motorista do G10 recebe, em média, R$ 2.500 por mês”, informa. Esse salário tem atraído mulheres e o G10 tem cinco delas. “O trabalho que elas fazem é muito bom”, diz Adriana.
A gerente diz que nota uma impaciência em muitos profissionais, que trocam de emprego rapidamente em busca de melhores ganhos, e acabam, na opinião dela, perdendo com isso. “Tem gente que fica um mês, dois meses na empresa, alguém oferece um pouquinho mais e ele sai. Assim, não cria tempo de casa, mas é o tempo de casa que dá experiência e traquejo. Você só pode receber uma promoção ou um aumento salarial depois que as pessoas conhecerem bem o seu trabalho.”