Com sede em Contenda (PR), cooperativa de logística foi inaugurada dia 3 de março

Leiliani de Castro
Fotos: Arquivo pessoal/Ana Salazar

A família do cooperado é uma preocupação a curto e longo prazos. A cooperativa pretende estabelecer parcerias para oferecer formações, cursos, palestras e descontos dos quais filhos(as), esposas, entre outros familiares podem se beneficiar.

As cooperativas devem demonstrar o seu compromisso com a sociedade, por meio de projetos sociais e outras iniciativas que beneficiem o município. Ana Salazar conta à Revista Carga Pesada que há uma movimentação interna para que se faça o manejo consciente dos resíduos: “Papel, papelão, plástico, sacola. Também a respeito dos caminhões: óleo diesel…como juntar, enviar?”, questiona.

Este é o início do ingresso da Alia em um modelo de gestão ESG, cujos três pilares são a sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa. Neste sentido, para além da redução de resíduos, já estão sendo firmadas parcerias para, através desta iniciativa coletiva e democrática, trazer retornos à sociedade paranaense.

O grande dia

No dia 03 de março deste ano, a Alia promoveu a solenidade de inauguração em sua sede. Participaram a direção, os cooperados e seus familiares, microempresários e autoridades locais. A Alia, entre as 35 cooperativas de transportes de cargas do Paraná, passa a integrar esta rede e, assim, se beneficia do poder ampliado de negociação desta federação. Juntas, elas conseguem preços mais em conta para projetos como os de implantação de tanques de combustível.

Por meio destas parcerias é possível não só negociar, como também, oferecerem um serviço de transporte qualificado aos clientes e aos motoristas, tendo em vista a melhor saúde física e mental dos associados, dada a estabilidade que a cooperativa pode oferecer aos autônomos.

Dirce Porkoutt é caminhoneira e motorista de van. Envolvida no cooperativismo desde 2015 e na profissão há mais de vinte anos, participou da solenidade e tem expectativas boas para o futuro: “Cada coisinha que foi feita tem o suor dos cooperados. Prevejo bons frutos, porque a Alia é coisa séria, só tem pessoas 100%”, conta a caminhoneira.

Em experiências passadas, Dirce já integrou um Conselho Fiscal e, atualmente, foi a segunda mulher mais votada para o cargo de conselheira fiscal junto à C2GLog, a cooperativa de segundo grau à qual a Alia é filiada, que articula as relações com o governo federal.

A motorista conhece 72 outras caminhoneiras, com quem partilha um grupo de WhatsApp. Apesar de entender o avanço da participação feminina no setor e em seus espaços decisivos, relata que há muito a melhorar e cobra avanços da Alia: “nós temos que pensar não só nas caminhoneiras, como nas cristais, as esposas de motoristas. Então na Alia tem que ter banheiro, tem que ter espaço para elas ficarem”, afirma.

Sobre a presença feminina na profissão, Dirce emenda: “algumas empresas ainda são muito radicais em não contratar nós mulheres. Muitos acham que mulheres não deveriam ser motoristas. E hoje, as cooperativas têm dado apoio para nós mulheres e, além disso, estão trazendo essa mudança de paradigma. Há muitos desafios ainda a serem enfrentados, em termos de infraestrutura, mas acredito que através de uma cooperativa, trazemos muitos benefícios para outras mulheres”.

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