Nelson Bortolin
Como transportar uma safra de 350 milhões de toneladas – volume mais de duas vezes maior que o projetado para 2012. O desafio foi discutido na mesa redonda “Segurança no Transporte de Cargas”, realizada no sábado (18), no XXII Congresso da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em São Paulo.
Participaram do debate três integrantes da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir): o presidente, Alcides Braga, o diretor executivo, Mário Rinaldi, e o presidente do Conselho de Administração, Kimio Mori.
De 1970 a 2010, a safra no País saltou de 47 para 136 milhões de toneladas – aumento de 189%. No mesmo período, a capacidade de carga dos implementos rodoviários aumentou de 15 para 50 toneladas: O crescimento foi de 233%.
O problema é que a produção de grãos deve dobrar em 8 anos e não há muito mais como aumentar a capacidade dos implementos. “A gente não vislumbra o aumento do peso, mas achamos que o País terá de resolver os problemas das pontes e dos viadutos para que as rodovias comportem os implementos com PBTC (Peso Bruto Total Combinado) de 74 toneladas”, afirmou Mori.
Atualmente, essas CVCs sofrem restrições em boa parte das rodovias. E onde são permitidas, requerem Autorização Especial de Trânsito (AET). A esperança do setor é que iniciativas como o pacote de concessões de rodovias lançado na semana passada pelo governo federal ajude a preparar a malha para as composições mais pesada.
Durante a mesa redonda, também foi discutida a obrigatoriedade dos freios ABS nas Combinações de Veículos de Carga (CVCs) fabricadas a partir de janeiro do próximo ano. A medida chega ao Brasil com 20 anos de atraso em relação à Europa, por exemplo. Os ABS devem impactar entre 2% e 3% no preço dos implementos.