Nelson Bortolin

Reportagem Local

 

A partir da próxima segunda-feira (20), o Banco do Brasil começará a operar o refinanciamento de caminhões comprados por meio do BNDES PSI. Desde o dia 10, a instituição já aceita os pedidos para refinanciar os contratos de Procaminhoneiro. O BB é o único banco até agora que aderiu ao benefício ofertado pelo BNDES para caminhoneiros autônomos e microempresários com faturamento de até R$ 2, 4 milhões.

Na semana passada, o caminhoneiro gaúcho Fábio José Mendes procurou a agência do banco em Gravataí, onde, no ano passado, fez o financiamento do seu Mercedes-Benz 2430 zero quilômetro. Mas, o gerente contou que o sistema só estava aceitando refinanciar os contratos de Procaminhoneiro.  Dono de mais um veículo e de uma microempresa, ele comprou o veículo como pessoa jurídica pelo BNDES PSI.

“A crise está batendo na nossa porta. O serviço caiu 80%”, afirma ele, que transporta materiais de construção na Grande Porto Alegre. Para o gaúcho, o refinanciamento representará uma folga financeira. “Ajuda a gente a fazer um capital de giro”, declara. Após a negativa do gerente, ele procurou a Carga Pesada e expôs sua situação. A revista procurou o Banco do Brasil, em Brasília. A assessoria confirmou que o sistema só está aceitando refinanciar os contratos de Procaminhoneiro. Mas garantiu que, a partir do dia 20, também será aceito o refinanciamento dos caminhões adquiridos pelo BNDES PSI.

SÓ O BB

Nenhum outro banco aderiu ao refinanciamento autorizado pela lei federal 13.126 e pela circular 26/2015 do BNDES.  Autônomos e microempresários podem suspender por um ano o pagamento das parcelas referentes a caminhões comprados até 31 de dezembro do ano passado. Aqueles que têm menos de 12 parcelas a pagar também podem refinanciar para voltar a pagar daqui a um ano. Os juros das parcelas refinanciadas serão, no mínimo, de 6% ao ano. Se os juros do contrato original forem maiores que 6%, são eles (os do contrato) que serão adotados.

Bradesco e Itaú disseram à Carga Pesada que ainda estão estudando se vão ofertar o benefício aos transportadores. Dos bancos das montadoras, o da Mercedes-Benz respondeu o mesmo. Nesta quinta-feira (16), o Banco Volkswagen enviou nota à reportagem dizendo que está analisando as “condições da circular e as possíveis adequações sistêmicas necessárias para atendê-la”.  A assessoria também afirma que o banco está “obtendo alguns esclarecimentos adicionais junto ao BNDES”. Mas, ressalta que as “instituições financeiras não são obrigadas a aderir a tal circular”.

Os bancos da Scania e da Volvo ainda não responderam aos e-mails enviados pela Carga Pesada.