Ficou pronto o primeiro posto de abastecimento estradeiro da Rede Total, uma petroleira francesa recém-chegada ao Brasil e decidida a disputar o mercado com outros 150 distribuidores
Luciano Alves Pereira
O Beija-flor é o posto número 1 e está reidentificado por marca, cores e jeitão da nova bandeira. Pretende ser o marco de partida da Total, junto ao que ela chama de clientes revendedores e finais. Ou seja, desde a rede de distribuidores até os consumidores.
Fica na BR-262 Oeste, km 360, junto à ponte do rio Paraopeba, município de Betim (MG). Suas instalações não são de agora e a designação de outrora era Posto Olaria (ver Carga Pesada, dezembro 2018, pág. 34).
O ‘figurino’ da Total tem personalidade, visando “ser significativo no país”, conforme palavras de Antoine Tournand, CEO da Total Distribuidora, no evento de inauguração do Beija-flor (22 de agosto). O seu novo look diferencia-se pelo predomínio de tons neutros, como o ocre nas áreas de frente para as bombas, combinando com vermelho nos detalhes.
Mas o que os passantes e ‘parantes’ perguntam é se haverá benefícios para eles no atendimento, etc. Na verdade, melhorias que não implicam em ‘muita labuta’, diante do padecimento do usuário por toda a malha. O oferecido hoje na estrada, de fato, pode, deve e precisa melhorar.
A começar pela pièce de résistance – para usar um conceito francês – os nem sempre bem cuidados toaletes (outro termo francês). Na reforma do Beija-flor, houve mudanças de monta. Para Norberto Neiva, o gerente do posto, “os banheiros ficaram comparáveis aos de shoppings, seja pela limpeza e/ou materiais empregados (boxes de blindex)”.
PROMESSAS – Por sinal, limpeza foi uma das cinco promessas apresentadas por Tournand no evento. “A limpeza das estações reflete nosso comprometimento.” E seguem simplicidade, proximidade, responsabilidade e segurança. Não necessariamente nesta ordem.
São os pilares da sua estratégia de marketing, dos quais o último se destaca nos objetivos da companhia. “Em cada estação Total [estabelecimento próprio ou de terceiros], a segurança dos nossos clientes e colaboradores é nossa prioridade”, lê-se em folheto da Casa. E não para por aí. Detalhando o item, a Total declara: “Seja reabastecendo, adquirindo uma refeição rápida ou fazendo compras, nossas estações de serviços em todo o mundo são lugares onde todos se sentem seguros”.
Aos ouvidos do brasileiro a afirmativa mostra-se corajosa, considerando o nosso instável ambiente estradeiro. Seria acolhedor se o executivo da Total acenasse, por exemplo, com proposições sobre áreas controladas para pernoite dos caminhoneiros, reforçando o discurso da segurança. Por sinal, assunto que a Total conhece bem, por sua atuação na Europa.
Diante de sua passagem ao largo, tem-se de levar em conta as palavras, meio que explicativas, de outro executivo da Total, Momar Nguer, diretor de marketing e serviços da petroleira. Tocando de leve no quadro atual brasileiro, ele acha que “não é o Brasil que está complicado, é o mundo que está… e o papel da empresa é adaptar-se ao cenário”.
Nguer confirmou a já divulgada aquisição da rede de 280 postos, a maior parte situada nos Estados de Minas, Goiás e Mato Grosso. “É claro que esse foi o primeiro passo. A ambição da Total não pode ser ter 280 postos de serviços no Brasil. Não é o que nós somos, temos mais de 14 mil no mundo.” A intenção da companhia é dobrar de tamanho nos próximos três a cinco anos, com destaque para São Paulo, “de longe, o maior mercado brasileiro”.
Por falar em tamanho, Jorge Guedes, dono do Beija-flor, lembrou-se da classificação da Total (4º lugar) no ranking mundial das petroleiras e mostrou-se impressionado com sua visão nas questões de segurança, “como eu acompanhei aqui durante a ‘conversão’ ao novo visual”. Ele estima em R$ 200 mil o custo das obras. A seu ver, “isso reforça a parceria”.
Os próximos postos a trocarem de visual ficam em Araxá e Uberlândia, ambas em MG, mas a ‘virada’ de toda a rede levará mais tempo: até 2021, informa a Total.