Onde eram produzidos apenas motores MWM, agora são feitos também dois modelos de caminhões International
Guto Rocha
A International Caminhões inaugurou em junho sua fábrica própria, em Canoas (RS). Os veículos da marca, que pertence à Navistar South America, subsidiária da norte-americana Navistar, passam a ser fabricados no complexo industrial onde já são produzidos os motores a diesel da MWM International.
A fábrica tem capacidade para produzir cinco mil caminhões por ano. São 12 mil metros quadrados, mais um pátio de 22 mil metros quadrados. Ali trabalham 150 pessoas. O complexo da Navistar em Canoas, que inclui um centro de distribuição de peças, tem 1.100 funcionários.
Segundo o presidente da Navistar South America, Waldey Sanchez, em três anos a multinacional investiu R$ 400 milhões no Mercosul, a maior parte (R$ 340 milhões) nos processos de produção de motores e o restante no projeto da fábrica de caminhões. “Os recursos foram destinados aos motores Euro 5, à modernização das linhas de produção e à nacionalização dos componentes, de forma que hoje atendemos integralmente ao programa Inovar Auto e às linhas de financiamento do Finame”, comentou.
Inicialmente, a fábrica da Navistar produzirá dois modelos: o pesado 9800i, nas versões 6×2 e 6×4 com câmbio manual ou automatizado, e o semipesado DuraStar, nas configurações 4×2, 6×2 e 6×4. O presidente da International Caminhões, Guilherme Ebeling, afirma que a equipe de engenharia da empresa executou 260 modificações no pesado 9800i, incluindo a instalação do câmbio automatizado. Os modelos oferecem freios ABS de série.
Ebeling aposta num rápido crescimento das vendas. “No ano passado, foram emplacados 512 caminhões da nossa marca no Brasil. Mas de janeiro a maio já vendemos 40% a mais do que no mesmo período de 2012”, afirma.
A International também quer ampliar sua rede de distribuição. Hoje existem 13 concessionárias e 20 unidades de serviços autorizados. “Até o final do ano devemos chegar a 40 postos de atendimento, com a nomeação de sete novas concessionárias”, diz Ebeling.
Além de atender ao mercado interno, a International pretende focar nas exportações, que mantiveram a sua produção durante 15 anos dentro da Agrale, em Caxias do Sul (RS), numa parceria que durou até 2012. No ano passado, a indústria exportou 50 caminhões para o Uruguai – 15% de sua produção. Ebeling disse que a intenção é ficar nesse mesmo índice, só que com uma produção bem maior, e dirigir as vendas a outros países.