Nelson Bortolin

 A burocracia e a lentidão no processo de entrada na Bolívia são o primeiro desafio a ser superado para viabilizar a rota de exportação pelo Pacífico. O problema foi sentido na pele pelos cerca de 90 empresários de Mato Grosso do Sul, integrantes da expedição que partiu na sexta-feira (27) de Campo Grande em direção aos portos chilenos de Arica e Iquique.

O início do trecho boliviano da viagem começou no sábado (28). Com o objetivo de adiantar o processo, o grupo se dirigiu à alfândega na sexta à tarde para apresentar os passaportes. Foram cerca de quatro horas para a conferência dos documentos das pessoas e das 27 caminhonetes que compõem a caravana. No dia seguinte, mais uma hora e meia aguardando a liberação. Isso porque a caravana conta com a participação de um militar boliviano.

Fronteira com a Bolívia

 

A expedição é uma iniciativa do Sindicato das Empresas de Transportes do Mato Grosso do Sul (Setcelog). E tornou-se possível depois que o governo boliviano, com empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), concluiu a pavimentação de um trecho de rodovia entre a fronteira com o Brasil e a cidade de Santa Cruz de La Sierra. Agora, é possível chegar até os portos chilenos de Arica e Iquique em estradas asfaltadas.

O presidente do Setcelog, Cláudio Cavol, acredita que a viagem de navio direto do Pacífico até a China é aproximadamente 12 dias mais rápida que a de Santos até o gigante asiático.Por outro lado, o trecho rodoviário fica bem maior. De Campo Grande a Paranaguá são 1.100 km. Já, até Iquique, 2.300. Essa diferença seria compensada não somente pela redução da rota marítima, mas pela eficiência e agilidade dos portos chilenos. “O sonho de levar a produção brasileira direto para o Pacífico é antigo. Nossa expedição é para mostrar se isso é possível”, afirma.

Airton Dall’Agnol, dono da Transportadora Lontano e diretor do Setcelog diz que o desafio é convencer o governo boliviano a desburocratizar e agilizar a entrada e a saída dos caminhões no País. “Nossa expedição também tem esse objetivo, de chamar a atenção das autoridades bolivianas e ganharmos seu apoio para viabilizar este projeto”, afirma.

Na terça-feira (1), a caravana chega a La Paz e a expectativa é que o assunto possa ser discutido com autoridades bolivianas.

A reportagem da Carga Pesada, que acompanha a expedição, conversou com vários caminhoneiros na fronteira e eles relatam que, não raro, têm de esperar até uma semana pela liberação da carga.

– A reportagem viaja a convite da Scania e da Noma, duas das patrocinadoras da expedição.

Esta é a rota da Expedição que partiu de Campo Grande