Luciano Alves Pereira
A comemoração do Dia do Motorista enseja preciosa oportunidade de registrar os 50 anos de um dos mais apreciados pontos de parada dos estradeiros: o Café dos Motoristas. Ele fica no km 148 da MG-050, entre Divinópolis e Formiga, mais precisamente no município de São Sebastião do Oeste, terra do fundador José Furtado.
Ele conta que no início dos anos 1960, “por alguns reveses, perdeu tudo que tinha a ainda ficou com dívidas”. Recomeçou sua vida como comerciante. Comerciante é força de expressão. Abriu uma precária vendinha de secos e molhados nas proximidades de um campo de futebol, junto ao qual passava uma estrada de chão batido. Dita viela era nada menos que a MG-7, atual MG-050, uma das mais importantes ligações troncais do estadão, unindo a capital, o Centro-Oeste e o Sudoeste ao norte paulista, principalmente Ribeirão Preto.
A venda foi pensada inicialmente para atender às pessoas do futebol domingueiro, mas o então governador de Minas, o udenista José Magalhães Pinto, começou a asfaltar a tal MG-7, porque, afinal, ele queria mostrar serviço aos seus conterrâneos da vizinha Santo Antônio do Monte. Daí, deu no que deu.
O negócio de José Furtado – que contou com a imprescindível ajuda da esposa Maria Rios – prosperou na mesma proporção do volume de tráfego à sua porta. Mal a coisa começou a andar, plantou a ‘sua’ árvore de fícus, hoje frondosas e lançou a carne de panela com mandioca. O prato correu o mundo, atraindo clientes não só dos caminhões como dos automóveis. Dos primeiros, Zé Furtado se lembra bem dos tanques da Jussara, transportadora da capital.
O Café dos Motoristas, graças à qualidade de sua comida típica mineira, dos lanches e do atendimento, propiciou não só a recuperação, mas a expansão do patrimônio do seu dono, representado por fazendas na região e inserção dos filhos. Participação que se iniciou com o primogênito Gilson, ainda na fase do boteco.