Depois de fazer sua estreia mundial na semana passada no IAA 2014 em Hannover, na Alemanha, o maior salão de veículos comerciais do mundo, o Mercedes-Benz Future Truck 2025 também ganhou destaque esta semana no Brasil. O caminhão do futuro foi tema de palestra apresentada por Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO para América Latina, no Painel Internacional do Congresso SAE Brasil 2014 que aconteceu esta semana em São Paulo.

 

Trata-se de um protótipo que tem como base um caminhão Actros 1845 com sistema autônomo de direção, que o permite rodar a 80 km/h em auto estradas sem que o motorista precise dirigir, embora tenha que estar presente. Por intermédio de recursos eletrônicos, o caminhão “vê” o que se passa ao seu redor a partir de um dispositivo denominado Highway Pilot. Radares, câmeras, sensores e a interligação com a rede de dados e internet fazem a leitura de obstáculos, condições da pista, veículos, acidentes e condições climáticas. O sistema analisa esses dados e toma decisões como frear, reduzir, acelerar, desviar e até mesmo levar o veículo para o acostamento para que ele seja parado.

Antes de cada mudança na condução do caminhão, o motorista é avisado através de mensagens. Se sua intervenção for necessária, o sistema também avisa. É mais ou menos a mesma coisa que acontece com os pilotos, nos aviões de grande porte. (Leia mais a respeito  CLICANDO AQUI)

Em sua apresentação, Schiemer destacou que o caminhão do futuro é uma realidade, tem a assinatura da Mercedes-Benz e já está previsto para rodar até 2025 na Europa. “Temos, desde já, que falar do caminhão do futuro. Afinal, os caminhões conduzem cerca de 60% da carga transportada de todo o País”, diz Philipp Schiemer. “E para que possamos conviver com veículos mais avançados tecnologicamente, quero reforçar a necessidade de um programa de renovação de frota de caminhões para todo nosso país. Esta renovação é essencial para que o caminhão do futuro seja uma realidade também no Brasil daqui há alguns anos.”

Durante entrevista no Salão de Hannover, Schiemer também defendeu que, antes de falar em novas normas de emissões, como a dos motores Euro 6, já em vigor na Europa, “seria mais sensato tratar da renovação da frota brasileira”. Segundo ele, nem 2% dos caminhões brasileiros rodam com motores Euro 5. “E é importante lembrar que um caminhão mais antigo, o chamado Euro 0, polui tanto quanto 37 caminhões com os novos motores Euro 5”, argumentou.

FRETES – Outro aspecto apresentado pelo CEO da Mercedes-Benz, é que o mercado brasileiro ainda não absorveu os custos dos novos motores Euro 5, menos poluentes e mais caros. E que ainda precisam de um diesel mais limpo e também mais caro, o S10, e de um reagente à base de uréia, a Arla 32 , para rodar: “como o frete não está remunerando o investimento que é maior, o cliente não teve uma vantagem específica com os novos caminhões, apenas uma operação mais limpa do ponto de vista ambiental”. Por isso também, no seu entender, será preciso uma preparação maior para a chegada dos motores Euro 6.

Para Shiemer, mesmo em termos ambientais, a renovação da frota traria ganhos maiores que novos motores ainda menos poluentes que os vendidos atualmente.

Na Europa, assim com aconteceu no Brasil, a diferença de preço entre uma geração e outra ficou na casa dos 18% em média. Também como no Brasil, os transportadores europeus anteciparam compras para aproveitar o preço e no ano de implantação da nova tecnologia houve queda nas vendas.