Nelson Bortolin
Enquanto os empresários procuram a Justiça para tentar derrubar a tabela de fretes, os caminhoneiros autônomos comemoram que ela esteja em vigor desde 30 de maio. É o caso do paranaense Fábio Alexandre, que recebia R$ 2.700 para carregar farinha de Londrina a São Paulo, e hoje recebe R$ 3.500,
Outro que comemora é o Gerson Silveira. Segundo ele, antes da tabela, o frete não dava para pagar as despesas.
O presidente do Sindicam (Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos) em Londrina, Carlos Roberto Dellarosa, diz que a bronca maior dos empresários é com o frete retorno. Segundo ele, antes da greve, um frete de grãos de Londrina a Rondonópolis (MT) custava R$ 190 a tonelada. Já a volta, com fertilizantes, saía a R$ 70 a tonelada.
Com a tabela mínima da ANTT, a viagem de ida subiu pouco. Um bitrem que leva 37 toneladas líquidas, carregado de soja, teria um frete total de R$ 7.030 do Norte do Paraná a Rondonópolis, antes da greve. A tabela estabelece um custo por quilômetro/eixo de acordo com a distância percorrida. Na faixa entre 1.001 a 1.100 quilômetros, caso da distância entre Londrina e Rondonópolis, a tarifa é de R$ 0,93. Multiplicando-se esse valor por sete (quantidades de eixos do bitrem) e os 1.100 quilômetros, obtém-se um frete total de R$ 7.161. O aumento não chega a 2% do valor já pago pelo mercado.
A volta com fertilizantes, sem o tabelamento, saía a R$ 2.590. Agora, vai custar os mesmos R$ 7.161 da ida – aumento de 176%. Uma segunda tabela, que foi publicada dia 7 de maio, e suspensa no mesmo dia pelo governo, não seria aplicada nos fretes de retorno, o que revoltou os caminhoneiros.