SETEMBRO DE 2010

Chico Amaro

Dois anos atrás, em entrevista à Carga Pesada por ocasião da corrida de Londrina da Fórmula Truck, o diretor comercial da Iveco Latin America, Alcides Cavalcanti, ao comentar as vendas, disse que a empresa estava “surfando neste momento favorável do mercado”.

Sendo uma montadora jovem no Brasil, a Iveco estava crescendo mais que as outras, naquele ano espetacular em que a indústria de caminhões vendeu 167 mil unidades no país.

O ano passado foi de crise econômica mundial (100 mil caminhões vendidos), mas este ano trouxe o ânimo de volta aos fabricantes – a expectativa de vendas é de 150 mil caminhões.

E a Iveco, como vai? “Rodando numa velocidade superior à de 2008”, informa o diretor de Comunicação Marcos Piquini, que este ano foi quem recepcionou clientes na ala vip do Autódromo Ayrton Senna, na etapa de Londrina da Fórmula Truck, em agosto.

Piquini divulgou números assim: em 2008, foram vendidos 12 mil caminhões Iveco no país; este ano, a previsão é de 14 mil.

Mais: no fim de 2006, a Iveco tinha 3,5% do mercado de veículos comerciais; em julho de 2010, esse índice já era de 8%. “E ainda não entramos nos médios, de nove a 13 toneladas, que representam 20% do mercado brasileiro”, afirma o diretor. Esse espaço será preenchido com a chegada dos Vertis às concessionárias, até o fim deste ano.

Por falar em concessionárias, já são 94 e continuam aumentando “ao ritmo de uma por mês”, prossegue Piquini. Com 110, a Iveco terá “a cobertura ideal em todo o território nacional”.

A Iveco tem apenas 13 anos de Brasil, dos quais 10 de produção. Tem se saído muito bem. “Em menos de dois anos, desde dezembro de 2008, quando saiu o Tector, nossa participação nos semipesados elevou-se de 2% para quase 7%”, diz Piquini. “E esse é o maior segmento de caminhões do Brasil, 30%, onde a disputa pelo cliente é mais intensa.”

Como se explica o sucesso? “O Tector é um caminhão que, quem dirige, compra”, afirma Marcos Piquini. A Iveco mira na satisfação do cliente. “Estamos em segundo nesse quesito, segundo pesquisa da revista Consumidor Moderno, o que já é uma excelente classificação para uma empresa jovem como a nossa.”

RENOVAÇÃO DE FROTA – Será que, com a entrada em operação de um número cada vez maior de caminhões mais modernos, o Brasil não está fazendo uma renovação de frota “à brasileira”, apesar da falta de ação do governo nesse sentido?

Diante dessa pergunta, Marcos Piquini reconheceu que, de fato, a média de idade da frota brasileira tem caído. “Graças ao bom momento da economia, o mercado saiu dos 80 mil ou 90 mil caminhões por ano para 150 mil. E isso tem efeito no perfil da frota.”

Mas esse aumento nas vendas não dispensa uma renovação de frota programada, que dependeria do governo e de outros agentes, lembra Piquini. “Um fator muito importante que justifica um projeto de renovação é a segurança. Caminhões muito velhos são lentos, andam com sobrecarga, têm freios ineficientes. Representam um tipo de risco que não se justifica hoje em dia.”

Reforçando essa opinião, o presidente da Associação Nacional dos Concessionários Iveco, Teodoro da Silva, disse à Carga Pesada que caminhões muito velhos continuam dividindo o espaço com os mais modernos mesmo nas regiões mais ricas do país. “Basta ver a idade de muitos caminhões que sobem do porto de Santos levando contêineres. A renovação de frota é uma grande urgência.”

Para 2012, motores Euro 5

Outro assunto em pauta na ala vip da Fórmula Truck na corrida de Londrina: os motores que vão equipar caminhões novos a partir de 2012, dentro das normas de emissões Euro 5, mais rigorosas.

Serão mais caros, mas quanto? Impossível dizer. “Cada montadora terá sua estratégia para determinar o preço dos novos caminhões”, disse Marcelo Cabral Bouhid, gerente de marketing da Iveco. Marcos Piquini acrescentou que a Iveco está investindo cerca de R$ 200 milhões na tecnologia do Euro 5, que terá um sistema novo de injeção utilizando ureia.

No estande ao lado da Iveco, o diretor operacional da ZF, grande fabricante de transmissões, embreagens, sistemas de direção, elementos de chassis e amortecedores, Thomas Walter Schmidt, informava que sua empresa está preparada para contribuir com os novos veículos. “Nossos produtos não influem nas emissões, mas todas as montadoras, numa ocasião como essa, aproveitam para apresentar uma nova geração de caminhões, para durar sete ou 10 anos com modificações menores. E nós, da ZF, temos fechado diversos acordos com vistas à linha Euro 5. A ZF não reduziu investimentos em 2009, apesar da retração havida no mercado de caminhões.”

Homenagem à Carga Pesada

A Carga Pesada recebeu uma homenagem da Iveco, no domingo da Fórmula Truck em Londrina (22 de agosto). 

O diretor de Comunicação da Iveco, Marco Piquini, ofereceu um presente pelos 25 anos da revista, recentemente comemorados.

Trata-se de uma miniatura dos caminhões Iveco da Fórmula Truck. A direção da revista foi representada por Zeneide Teixeira, do setor de Atendimento ao Cliente.

Para nós, da Carga Pesada, o presente é um troféu que nos incentiva a prosseguir nossa caminhada para levar a melhor informação ao transporte rodoviário de cargas – em especial aos autônomos e pequenos e médios empresários do setor.

Marcos Piquini é nosso amigo antigo: quando a revista fez 20 anos, respondendo a um editorial em que nossa diretora Dilene Antonucci comparava o nosso trabalho à rapadura – “é doce mas não é mole” – ele mandou para ela uma pequena embalagem de “Rapadurinha de Minas” com um bilhete: “Vamos torcer para que os próximos 20 anos sejam mais doces e menos duros”. Estão sendo, graças a gestos como esse.