Nelson Bortolin

Revista Carga Pesada

 

Dezenas de caminhoneiros estão parados há mais de uma semana em Bodoquena, no interior de Mato Grosso do Sul. As transportadoras que os contrataram para levar gesso do Nordeste até o município, que fica próximo de Bonito, se recusaram a pagar as diárias referentes ao atraso no descarregamento. E os motoristas resolveram cruzar os braços. Decidiram descarregar somente quando receberem o que, por lei, é de direito deles.

“São caminhoneiros que vieram de Pernambuco e do Maranhão. Eles não vão descarregar enquanto não receberem a estadia”, afirma o presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo China da Silva, que viajou até Bodoquena para apoiar os motoristas.

São caminhoneiros que vieram de Pernambuco e do Maranhão e estão parados há mais de uma semana em Bodoquena

O gaúcho Márcio Lima estava revoltado quando conversou com a reportagem na última sexta-feira (12). “O frete já é baixo. As transportadoras dizem que é frete de retorno para o Sul, que é só para pagar o óleo diesel. E ainda querem fazer os caminhões de armazém. É o fim”, critica.

Segundo China, parte do problema já está resolvido. Uma das transportadoras aceitou fazer o pagamento e os caminhoneiros contratados por ela já estão sendo liberados. A Unicam está negociando agora com a outra empresa, a Bendo Transporte. O presidente da entidade lembra que a estadia é garantida pela lei 11.442 a partir da quinta hora de espera para carregar ou descarregar.

Gerente de Logística da Bendo Transporte, Adailton Gomes disse à Carga Pesada que jamais se recusou a pagar estadia. Segundo ele, “dois ou três agitadores” estão querendo levar vantagem. “Eu tenho como provar que eles não quiseram descarregar para gerar uma estadia indevida”, afirma. De acordo com Gomes, a empresa sempre respeitou a lei da estadia, que é paga após o descarregamento.