Categoria ameaça intensificar greve se nenhuma proposta satisfatória for apresentada

Com 336 pontos de manifestações somente em rodovias federais, a greve dos caminhoneiros entra no quarto dia nesta quinta-feira (24). Na tarde da quarta-feira (23), as lideranças da categoria foram recebidas pelos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Carlos Marun (Secretaria de Governo) e Valter Casimiro (Transportes), em Brasília. Ouviram deles que o presidente Michel Temer (PMDB) pedia uma trégua de 3 a 4 dias na greve. Saíram sem nenhuma proposta concreta.

Acre, Amazonas, Amapá e Rio Grande do Sul são os únicos estados sem manifestações (a interdição no Amazonas mostrada no mapa não tem relação com os caminhoneiros)

No início da noite, após a reunião, a Petrobras anunciou uma redução de 10% no preço do diesel por 15 dias. A estatal disse que, em média, o combustível ficou 25 centavos mais barato nas bombas a partir desta quinta-feira. Também à noite, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei 8456/17, do Poder Executivo, que acaba com a desoneração da folha de pagamento para a maioria dos setores hoje beneficiados. O substitutivo do relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), também isenta o óleo diesel das alíquotas do PIS e da Cofins até 31 de dezembro de 2018. A matéria precisa ser votada ainda pelo Senado.


Paralisação na BR 101, no Rio de Janeiro – Foto Tomaz Silva – Agência Brasil

A assessoria da Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) disse à Carga Pesada que nenhuma dessas duas novidades são suficientes para convencer os caminhoneiros a pararem a greve. “A categoria quer a sanção pelo presidente de uma lei que retire os impostos do diesel”, disse a entidade. O presidente da Abcam, José da Fonseca Lopes, havia dito na quarta-feira que, caso o governo não apresente nenhuma proposta satisfatória, a categoria irá intensificar a greve a partir de sexta-feira, bloqueando a passagem em todas as rodovias.Na manhã desta quinta, somente no Acre, Amazonas, Amapá e Rio Grande do Sul não haviam manifestações. Paraná (44), Minas Gerais (42), Santa Catarina (36), e Mato Grosso (31) eram os que mais concentravam protestos.

O País inteiro está sofrendo com o desabastecimento de produtos em virtude da greve. Grandes cidades, como Rio de Janeiro e São Paulo já retiraram das ruas parte de suas frotas do transporte coletivo devido à falta de diesel. Para abastecer, os consumidores estão enfrentando longas filas em postos que ainda têm estoque.

E a pressão aumenta sobre o presidente Temer que se reuniu com os ministros nesta manhã para discutir o assunto. No início da tarde, haverá nova reunião do governo com os caminhoneiros.