A entrega do primeiro Novo Actros coincidiu com os 60 anos da Cardiesel. Na realidade, “o chegar tão longe” compreendeu três fases. A de Patrocínio e Patos de Minas (Patos Diesel), no interior do Estado; a de Belo Horizonte (Cardiesel) e a do atual controlador, o Grupo VDL (a partir de 2005). Este tem várias concessionárias Mercedes, além de outros negócios. Ao todo são seis décadas: “resultado de muito trabalho, competência e fidelidade dos nossos clientes”, como diz o registro publicitário da empresa, destacando a data.
A fase de BH tem significado único (para mim), por ter estado presente à festa de inauguração da Cardiesel, em 25 de janeiro de 1974. Os dois sócios do então grupo Cardoso, Silveira & Cia. Ltda., Elmiro Cardoso e João Messias Marques fizeram o corte simbólico da fita, junto com Gunther Janssen, diretor adjunto da Mercedes-Benz. Na data, a região contava com a Minas Diesel, a Minasmáquinas e dúvidas se a praça comportava mais uma Casa.
No entanto, os números eram favoráveis. A marca detinha cerca de 50% do mercado de caminhões acima de 5 toneladas, somados a chassis de ônibus, monoblocos, além de motores diesel destinados a várias aplicações. Logo viria o ano de 1975, quando a fábrica inaugurara sua tão necessária expansão. Através dela se previa a produção de 65 mil veículos anuais, além de 100 mil motores diesel. Tal previsão se referia a 1980. Até então, a capacidade das instalações da São Bernardo era de 35 mil unidades por ano. Infelizmente, os planos do então diretor adjunto, Werner Jessen, não se concretizaram. O primeiro choque do petróleo atropelou a vitalidade econômica do país e logo na virada da década (1981), a mesma Mercedes demitiu cerca de 11 mil funcionários, afetando drasticamente um quadro prévio de 15 mil.