A Scania apresentou na fábrica de São Bernardo do Campo o seu cavalo mecânico R 440 na versão 8×2, com capacidade para 54,5 t de PBTC e 37 t de carga líquida. Desenvolvido em conjunto com o Grupo G10, de Maringá (PR), ele tem dois eixos direcionais, roda com carreta de três eixos e se encaixa entre a “vanderleia” (tração 6×2, carreta de três eixos espaçados e capacidade para 53 t) e o bitrem (sete eixos, tração 6×4, com duas carretas de dois eixos e capacidade para 57 t).
Mas o 8×2 leva algumas vantagens em relação a estas duas composições, sobretudo no transporte de grãos. Não tem restrições em tombadores de descarga, como tem o bitrem, que é articulado. Tem muito menos arraste que o provocado pelos eixos espaçados da “vanderleia”. E ainda tem maior produtividade que o bitrem de nove eixos, que só pode rodar de dia.
Foram mais de nove mil horas de trabalho de uma equipe de 25 engenheiros da Scania que se deslocou para a concessionária P.B. Lopes, de Maringá (PR), onde os testes e ajustes foram feitos, visando a homologação do novo modelo.
Desde que, em janeiro de 2011, a Resolução 201 do Contran obrigou a usar cavalo (novo) com tração 6×4 para puxar bitrem, transportadores começaram a procurar alternativas.
“O consumo de combustível do 8×2 é de 6% a 8% menor que no bitrem com cavalo 6×4, e o custo de aquisição também é menor”, comparou Valdecir Adamucho, diretor do G10, durante o lançamento.
Em sua frota de 1.600 caminhões, o G10 já possui 200 conjuntos 8×2. Além do custo de cerca de R$ 35 mil, em média, cada caminhão adaptado em oficina leva pelo menos 30 dias para ser homologado.
“Estamos trazendo um modelo com 100% de garantia de fábrica para o quarto eixo, com todas as suas vantagens e sem nenhum tipo de adaptação”, explicou Victor Carvalho, diretor de Vendas de Caminhões da Scania no Brasil.

Valdecir Adamucho, do G10, Henrique Gomes e Daniela Lopes, da concessionária P.B. Lopes