A frase é do presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno. Para ele, a Lei do Descanso e o fim da carta-frete trazem um cenário favorável à categoria. “Vamos virar uma página, melhorar a imagem do caminhoneiro para que seus filhos possam voltar a sentir vontade de assumir a profissão do pai”, afirma.
A lei 12.619 impõe ao motorista empregado uma jornada semanal máxima de 56 horas de trabalho, enquanto os autônomos podem dirigir 12 horas por dia e, como não precisam respeitar um dia de descanso, podem fazer 84 horas semanais ao volante.
Para Bueno, vai haver uma melhora generalizada no valor do frete e os autônomos ainda ficarão com “os melhores percursos”, uma vez que os motoristas empregados têm uma limitação maior de tempo de direção.
Mas nem todo representante de transportadora pensa assim. Miguel Mendes, da ATC, diz que não será tão simples: “As empresas têm toda uma infraestrutura focada no seu patrimônio. Elas não vão se desfazer do patrimônio para terceirizar. O que o empresário vai fazer com uma frota de 300 caminhões?” No setor de grãos, Mendes acredita que as grandes tradings não vão entregar seus produtos aos autônomos.
Já o presidente da NTC&Logística, Flávio Benatti, contemporiza quando questionado sobre a tendência de valorização do autônomo. “Depende da operação. Quem tem de cumprir tempo de trabalho não é o caminhão e sim o motorista. Haverá muitas situações em que a gente poderá colocar três motoristas na mesma operação.”