Na Europa, a Scania testa a combinação de caminhões que andam nas rodovias acoplados eletronicamente. O nome disso é platooning
Luciano Alves Pereira
Findo o inverno europeu, os fabricantes de caminhões retornam aos testes de campo. Cada marca tem seu programa. Um deles chama-se platooning, para o qual não temos um nome em português no Brasil. Platooning quer dizer pelotão em ação, com esquadrões manobrando em harmonia uns com os outros. É palavra da área militar. No capítulo dos caminhões, quer dizer comboio de cargueiros enfileirados.
A Scania europeia, assim como outras marcas, inclusive as dos EUA, passa a uma fase de testes do platooning que tem a participação de frotistas. Por enquanto, ninguém vai mandar caminhão sem motorista para ruas e estradas. Mas os motoristas ficam nos seus postos mais na condição de assistentes do que de condutores.
Transportadoras da Espanha e da Finlândia estão testando os chamados caminhões platoons. A espanhola Acobral se dispôs a conhecer a novidade com dois comboios de três Scania R 450. Eles estão transitando em rotas de 200 e 350 quilômetros, no interior do país. Em breve os percursos serão ampliados. Também está no projeto a finlandesa Ahola. Esta pretende testar formações de três ou mais conjuntos de caminhões de cinco eixos (40 t de PBTC).
A iniciativa dos comboios platoons visa o ganho de produtividade na Europa, um continente onde ninguém gosta de caminhões longos ou de caminhões em comboios – nem o poder público, nem os outros motoristas. Por isso, a tocada de um comboio de três unidades no platooning foi pensada para não trancar a via: os caminhões podem se afastar, para permitir a ultrapassagem de outros veículos.
Para as condições brasileiras, o platooning pode chegar não tão tarde assim, já que os regulamentadores nacionais do TRC liberaram arranjos de todos os tamanhos, independente da precariedade das pistas. Do ponto de vista da segurança do trânsito, pode ser até benéfico, impedindo as ultrapassagens suicidas tão frequentes.