Luciano Alves Pereira
A quinta edição da Festa do Caminhoneiro de Arcos (MG) está confirmada para 21 de julho. Foi o que garantiu Gaspar dos Reis, um dos inventores desse evento do Centro-Oeste de Minas. Ele toca a sua ‘cria’ com jeito e arte já que lhe sobram habilidades. Consegue conciliar, a um só tempo, a profissão de motorista-caçambeiro, de Mercedes 1935, ano 1998, com a de apresentador de programa da Rádio Vertical FM local, nas manhãs de domingo. O próprio Gaspar capta os patrocinadores, que “chegam a uns 40”, fruto também da audiência do seu Bom Dia Caminhoneiro, o qual vai ao ar das 8 às 10 horas.
Gaspar não esconde a natural vaidade de exibir a evolução dos números do evento anual de Arcos: “No primeiro, registramos a participação de 72 caminhões; no segundo, 145. Já no do ano passado, 272 unidades encheram a cidade com alegre desfile, enquanto distribuímos 86 brindes, no valor aproximado de R$ 12 mil”. Para a festa de 2013, Gaspar espera “uns 450 veículos do ramo”. Pela sua avaliação, “todos os dias temos de 800 a 900 pesados circulando por nossa cidade”. Tal frota existe porque Arcos é um importante gerador de carga no Estado. “Nossa região conta com a maior reserva de calcário do mundo”, sustenta.
Os números são confirmados por Paulo Perdigão, integrante da equipe de vendas da Uniarcos Peças e Acessórios local, atuante varejista de peças pesadas da reposição independente. Na sua opinião, “Arcos abriga uma frota de 750 caminhões”. Seus números vão aos detalhes. Para ele, “50% são da marca Mercedes-Benz, 35% da Volvo e 15% da Scania” (excluídos trucks e tocos). O tal do market share pode não ser exato, mas chama a atenção que recentemente um dos gigantes nacionais da venda e reforma de pneus inaugurou uma unidade na cidade. Trata-se da DPaschoal, com mais de 500 pontos de atendimento em sete Estados do País.
Arcos fica a 210 quilômetros da capital e sua ligação viária se faz pela estadual MG-050 (originalmente MG-7) até o trevo com a BR-354 (dali são mais 15 quilômetros), rodovia que afinal deverá receber aporte de R$ 524 milhões, destinados à tão esperada duplicação entre Juatuba e Divinópolis, no período de 2013/2015. Seu município emancipou-se do da vizinha Formiga em 1938 e foi descoberto pelos transportadores bem mais tarde, com a vinda da Cia. Siderúrgica Nacional/Volta Redonda/RJ (CSN), por volta de 1975. Na mesma época vieram também a Lafarge Cimentos, a Indústria de Cal Itaú (hoje Belocal), conforme relata Gaspar. A partir daí, várias outras mineradoras e beneficiadoras do mineral se misturaram na exploração da atividade, “fazendo da cidade a capital do calcário”.