Indústria se diz preparada para oferecer produtos para caminhões movidos a diesel, a gás e à energia elétrica

Dilene Antonucci e assessoria da Cummins

No próximo ano, a Cummins deverá trazer para o Brasil o protótipo de um motor elétrico desenvolvido nos Estados Unidos. E o Euro 6 deve chegar na virada da década. Quem faz essas afirmações é o vice-presidente da fábrica, Luís Pasquotto. Ele conversou com a Carga Pesada no estande da Cummins na 21ª Fenatran, que vai até esta sexta-feira (20) no Centro de Convenção Imigrantes, em São Paulo.

“Estamos preparados em termos tecnológicos para oferecer a melhor solução aos clientes e no tempo certo para maximizar seus negócios, seja em aplicação de motor a diesel, aplicação de motor a gás, seja em trem de força ou elétrico”, afirma.

Questionado se um programa de renovação da frota brasileira não seria mais benéfico para o meio ambiente que a implantação do Euro 6, ele responde:  “Temos o Euro 6 fora do Brasil. Precisamos fazer sua tropicalização .“ Pasquotto diz que a tecnologia já presente na Europa trará benefícios para o meio ambiente e que deve ser introduzida no Brasil na virada da década, em mais ou menos três anos.

O vice-presidente acredita que deve haver um conjunto de medidas aplicadas paralelamente em benefício do meio ambiente: Euro 6, renovação da frota e inspeção veicular. E cobra do Estado investimentos em infraestrutura.  “Não adianta termos esses veículos que emitem pouco se eles ficarem parados em engarrafamentos longos que acabam queimando mais combustível e emitindo mais CO2, anulando o benefício”, argumenta.

Pasquotto também defende a aplicação de punições mais severas para quem trafega com veículos Euro5 sem arla ou que usa essa substância adulterada.

TREM DE FORÇA

Para o vice-presidente da Cummins, que vai produzir um turbo para Scania, a parceria com montadoras que têm seus próprios motores é uma coisa natural.  “Às vezes, a gente se encaixa na linha inteira. Às vezes, só naqueles produtos onde, por alguma razão, a montadora não pode desenvolver seu próprio motor”, afirma. Ele cita como exemplos momentos em que a montadora tem indisponibilidade de capital, engenheiros ou laboratórios para o desenvolvimento de um determinado motor. “Quando acontece isso, a gente se encaixa. E o cliente sabe que temos um produto avançando tecnologicamente, avançado ambientalmente e que traz economia e produtividade”, afirma.

Pasquotto diz ainda que a Cummins gradativamente foi se transformando de fábrica de motores para fábrica de trem de força. “Com a joint venture com a Eaton, estamos desenvolvendo pacotes para dar soluções completas para nossos clientes”, argumenta.  Segundo ele, a integração do motor com a transmissão traz agilidade e redução de custos.

CONECTIVIDADE

Em seu estande, a Cummins Brasil apresenta sistemas de dados digitais já disponíveis no mercado brasileiro, além de soluções conectadas que antecipam o futuro, demostrando domínio do uso da tecnologia a favor dos seus clientes. “Há alguns anos, iniciamos o processo de desenvolvimento da telemetria com informações provenientes de nossos motores eletrônicos, por meio dos sensores, com foco na captação de dados a serem revertidos em alta produtividade para o transporte rodoviário e performance em outras aplicações”, diz Neuraci Carvalho, diretora da Unidade de Negócios de Motores da Cummins para América Latina.

Dentro das soluções conectadas Cummins, a telemetria chega ao País como um moderno sistema informações via wireless para diagnóstico imediato do motor. “O sistema de telemetria Cummins é capaz de transmitir instantaneamente os principais dados do sistema do motor, retornando com dados de qualidade e propostas de apoio ao motorista, por meio de e-mail ou mensagens de celular. Toda esta tecnologia pode ser customizada, de acordo com a demanda do cliente”, comenta a diretora.

As análises permitem diagnóstico de falhas à distância, com recomendações Cummins sobre as operações do veículo, informações encaminhadas instantaneamente para o transportador e/ou motorista. A partir do diagnóstico, o serviço de localização do sistema identifica e encaminha ao usuário/transportador o endereço de um Distribuidor Cummins mais próximo. Outra opção é o contato imediato de um representante Cummins para oferecer detalhes mais precisos sobre o que pode elevar a eficiência da condução.

Para a Cummins, a ferramenta possibilita avanços de seus produtos, já que o uso da tecnologia e da conexão para o recebimento de informações geradas por meio situações reais, como temperatura ambiente, altitude, subidas, descidas íngremes e condução do veículo são uma evolução da sala de testes. O Cummins Telemetria já está em teste por meio de um acordo piloto, além disso, em apresentação para os principais OEMs do País.

OVER THE AIR  

A Cummins Brasil se posiciona na vanguarda da tecnologia da conectividade e antecipa o futuro durante a 21ª edição da Fenatran, exibindo o Over The Air, sistema compatível com os motores Euro VI, já desenvolvidos pela fabricante de motores. “Trata-se de uma evolução das soluções conectadas Cummins, desenvolvidas nas plataformas de motores Euro VI com capacidade de armazenamento de dados em nuvem e no próprio sistema”, afirma a diretora.

O Over The Air permite executar atualizações de software do motor enquanto o caminhão ou até uma frota inteira está em operação, o que permite aos clientes Cummins maior controle sobre o desempenho e o gerenciamento de sua frota, promovendo economia ao eliminar a necessidade de visitas frequentes aos Distribuidores para calibrações. De acordo com Neuraci Carvalho, “toda esta tecnologia não apenas evita custos de mão de obra de técnicos, como eleva a produtividade do transportador, evitando a ociosidade do equipamento. Cinco minutos são o tempo estimado para a atualização do software e o veículo poder voltar para a estrada”.

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