Fonte: NTC&Logística

Apesar do crescimento do PIB brasileiro em torno dos 3%, o ano de 2011 foi muito instável para o transporte rodoviário de carga, alternando meses bons com ruins. No geral, a evolução do setor não foi suficiente para recompor os fretes praticados, que continuam defasados em relação aos seus custos.

Neste cenário, pesquisa realizada pelo Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos (DECOPE), da NTC&Logística detectou que o frete cobrado ainda continua defasado em 11,95%.

Desde 2007, a NTC&Logística vem alertando seus associados e o setor como um todo para os efeitos deletérios do aviltamento do frete. Exemplos não faltam e podem ser vistos nas ruas e rodovias brasileiras, no estado precário da frota nacional de caminhões, no alto índice de acidentes envolvendo veículos de carga por falta de manutenção, na elevada emissão de poluentes e a média salarial do setor.

Como se não bastasse a cobrança de fretes abaixo dos custos, a pesquisa indicou que várias empresas transportadoras, simplesmente, continuam abrindo mão de componentes tarifários essenciais, como GRIS e Frete-Valor.

Além disso, o transporte de carga vem enfrentando grandes desafios, imposições e restrições, tais como:

– Atrair anualmente cerca de 120 mil pessoas para a profissão de motorista;

– Renovar a sua frota que, atualmente atinge idade média de 19 anos;

– Atender as restrições impostas a circulação de caminhões em cidades e rodovias;

– Cumprir novas exigências ambientais, do PROCONVE 7, que além de exigir o uso do ARLA 32, encarecerá significativamente tanto os veículos quanto o combustível;

– A diminuição da produtividade dos veículos em função do aumento do trânsito, filas e congestionamentos pontos de carga e descarga, entre outras.

Cumprindo o seu papel, a NTC&Logística vem, mais uma vez, alertar os empresários do setor para a necessidade imediata de se atualizar os valores tarifários, colocando um fim nesta defasagem tarifária. Sem isso, será muito difícil enfrentar os desafios atuais e futuros.

Evidentemente, o percentual médio de 11,95% é apenas o mínimo desejável para equilibrar receitas e despesas. É preciso também assegurar lucros que possibilitem os indispensáveis investimentos futuros.

A NTC&Logística também recomenda às empresas do setor que não abram mão,sob qualquer pretexto, do ressarcimento de custos significativos cobertos pelos demais componentes tarifários como o frete-valor, o GRIS, a cubagem e as generalidades.

É importante lembrar, mais uma vez, que o Brasil vem crescendo, precisa crescer e com certeza crescerá nos próximos anos. E, o setor rodoviário de carga tem um papel importante e deve contribuir para que o transporte não se transforme em obstáculo para o crescimento do País.