Fazia tempo que a Del Pozo Transportes, de Ponta Grossa, vinha pensando em trabalhar mais com terceiros: era difícil encontrar bons motoristas para contratar. Daí veio a Lei do Descanso e, segundo o diretor Angel Miguel Lillo Del Pozo San Juan, o Tito, o problema ficou ainda maior.
Para resolver, a Del Pozo tomou uma medida polêmica: com recursos próprios, passou a financiar parte de sua frota aos empregados, em 60 parcelas. Eles deixam de ser funcionários, abrem empresas e compram os veículos no nome dessas firmas, passando a prestar serviços para a Del Pozo.
Até agora, 92 veículos foram vendidos. São extrapesados Volvo e Mercedes com média de quatro anos de uso e custam cerca de R$ 200 mil. Segundo o diretor, o negócio tem sido bom para ambos os lados, “com juros abaixo do mercado”. Dois caminhoneiros já estão comprando o segundo caminhão.
De acordo com ele, a Lei do Descanso reduziu a produtividade dos caminhões em 30% e o custo da mão de obra subiu de 20% para 25% do total das despesas.
A transportadora, que carrega produtos industrializados e alimentícios, tem cerca de 300 motoristas empregados e mais de 200 agregados. De acordo com Tito, “não importa de quem seja a frota, temos a noção de que todos os envolvidos devem ganhar. Nosso objetivo é continuar atendendo da melhor forma possível a demanda crescente de nossos clientes e do País”.