Luciano Alves Pereira

Revista Carga Pesada

 

Em clima de comportamento de manada (estourada), o Detran-MG é mais um a divergir e, de maneira unilateral, contra o exame toxicológico. Sua diretora, Rafaela Gigliott, disse que seu departamento não irá fiscalizar se o motorista de categorias C, D e E se submeteu ao teste de larga janela para detecção de presença orgânica de drogas, através de coleta do fio de cabelo.

A diretora concorda com o Ministério Publico Estadual (MPE) que o preço do procedimento em laboratório de patologia clínica é exagerado. De quebra, fez coro com o Detran de São Paulo, ‘votando’ a favor dos exames aleatórios, ‘pegando’ o profissional no repente de algum comando na estrada

Sua opção, como os estradeiros vão entendendo, transfere o controle mínimo do uso de drogas psicoativas por parte dos condutores para a terra do nunca, É que já se sabe muito bem como é o jeito de fiscalização da PRF, por exemplo. Ao mesmo tempo, transfere o eventual conflito decorrente para longe de muitos olhares e/ou para as horas mortas da madrugada. Assim, o esforço legal do estado torna-se mais vulnerável a propinas e outros ‘expedientes de sedução’.

Já o Denatran, o órgão federal em Brasília, afeto à nova medida, disse que o exame está valendo e deixou uma dúvida: quem emite ou renova a habilitação são os Detrans estaduais. Por dedução, imagina-se que o Detran-MG deverá ir à Justiça para deixar tudo como está. Afinal, o que mais sobra no Brasil é a burocracia, apelidada de sociedade plural, amplo direito de defesa, etc.