Novo Ford Cargo foi apresentado no Deserto do Atacama

Novo Ford Cargo foi apresentado no Deserto do Atacama

 

A entrada da Ford no segmento de extrapesados, com os novos Ford Cargo para 49 e 56 toneladas, foi uma das novidades mais comentadas no site da Carga Pesada neste ano. Alguns leitores levantaram dúvidas e deixaram interrogações. A revista foi atrás das respostas e algumas das dúvidas foram respondidas diretamente pelo novo diretor de Operações da Ford Caminhões para a América do Sul, Guy Rodriguez.

O leitor Cristiano Komorek quis saber: “Por que não o motor Cummins?” Veja a resposta de Rodriguez: “Avaliamos várias opções e vimos que o motor da FPT proporcionaria melhor rentabilidade para o produto porque seu funcionamento combina perfeitamente com o sistema de transmissão e aumenta em até 30% a eficiência do freio motor por descompressão.”

Além disso, segundo o diretor, por ser fabricado na Argentina, em função do Mercosul, o motor é considerado de conteúdo local e, portanto, pode ser financiado pelo Finame PSI e pelo Procaminhoneiro.

Já o leitor Jorge Luiz Olegário fez vários elogios aos novos Ford Cargo. “Estão bonitos, devem ter custo de aquisição de 5% a 7% mais baixo, contam com o motor FPT, que é bom”, afirmou. Mas, depois criticou: “Tradicionalmente a manutenção dos caminhões Ford é cara e este é um fator fundamental no segmento de extrapesados. Como ficarão os preços das peças?”

Guy Rodrigues, diretor da Ford Caminhões

Guy Rodriguez garante que a Ford se preocupou com isto. “Quando resolvemos entrar nos extrapesados, olhamos o preço do caminhão, que é muito atrativo. Mas também miramos o custo da manutenção”, declara. De acordo com ele, a Ford pegou a lista dos produtos mais usados na manutenção, a chamada cesta básica, como óleo, filtros, correias: “Comparamos com a concorrência. E o que deu é que estamos muito bem posicionados, com preços muito bons”, garante.

Da mesma forma, segundo o diretor, os preços de outras peças que eventualmente precisam ser trocadas estão “bem posicionados” diante dos da concorrência. “Além disso, temos um contrato de manutenção que tem bom preço por km rodado e 140 pontos de atendimento em todo o Brasil. Estamos presentes em todos os estados”, declara.  

Outro leitor, o Samuel Ferreira, fez um comentário bem técnico, que exigiu a resposta de um engenheiro. Segundo ele, um motor de 10,3 litros é pequeno para 420 cavalos de potência. “Sem contar que o torque dele é de apenas 1900 Nm. Essa relação torque/potência não me parece boa”, escreveu. Para ele com menos de 2000 Nm e uma potência tão grande, o caminhão fica “frouxo, bebe e esquenta”.

O engenheiro da Ford Guilherme Teles respondeu: “O motor FPT de 10,3 litros conta com um turbo-compressor de geometria variável (VGT) que otimiza o funcionamento em uma faixa maior de torque.” Assim, segundo ele, o torque do motor está adequado para as aplicações do extrapesado. O engenheiro diz que todo torque está disponível desde 1000 rpm até 1500 rpm. “Ou seja, dentro da faixa verde de operação e de melhor consumo de combustível”, descreve.

De acordo com Teles, quando se fala na relação potência/torque, é preciso levar em consideração todo o trem de força, as relações de marcha (12) e de eixo para avaliar o torque resultante na roda. “A Ford tem tradição no mercado. É a primeira fabricante de caminhões do Brasil. Assim, temos confiança de que este projeto está bem adequado para a operação extrapesada, seja com 49 ou 56 toneladas de PBTC”, ressalta o engenheiro.

Ele garante que o leitor Samuel Ferreira irá se surpreender com o desempenho do extrapesado da Ford se for a um distribuidor e fazer o teste drive.

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