De um lado, o chamado agronegócio – deputados que representam os produtores agrícolas e, principalmente, dos compradores e exportadores desses produtos, junto com o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC). De outro, os motoristas empregados no transporte de cargas, representados pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes Terrestres (CNTTT) e outro grupo de deputados, simpatizantes da causa dos motoristas.
No fechamento desta edição, as duas forças se movimentavam no Congresso Nacional, numa comissão especial formada para discutir a Lei do Descanso (12.619/12). Os primeiros querem mudá-la, seja para que o motorista descanse menos, seja para que sua aplicação seja adiada por uns anos. Seu líder é o deputado federal Nelson Marquezelli (PTB/SP). Já o segundo grupo quer a aplicação imediata da lei, do jeito que está escrita. É liderado pela deputada Jô Moraes (PCdoB/MG).
Em entrevista à TV Câmara, Marquezelli defendeu a redução do descanso diário dos caminhoneiros de 11 para até seis horas. E que o descanso semanal remunerado do caminhoneiro empregado fique em “no máximo” 10 horas, em vez das 36 horas previstas na lei.
Para Marquezelli, a profissão de caminhoneiro é “diferente” das demais. “Quem é caminhoneiro dirige porque gosta. O visor é uma televisão para ele. Vai passando nas cidades, nas estradas. Ao mesmo tempo está ouvindo rádio, conversa com um carona. O caminhoneiro é diferente de muitos empregos”, disse ele.
Já a deputada Jô Moraes acusa o grupo de Marquezelli de não se preocupar com a saúde do motorista nem com a segurança nas estradas. “Só querem garantir o transporte da produção”, afirmou.