Há mais de três décadas na estrada, a Revista Carga Pesada tem tido a oportunidade de acompanhar uma parte importante da história do transporte de carga brasileiro.

A cada julho, o Mês do Caminhoneiro, a Redação se esforça para passar uma mensagem de otimismo e esperança à categoria. Nem sempre é fácil, afinal de contas somos testemunhas das dificuldades enfrentadas no dia a dia da profissão. E não são poucas.

O dicionário de Física diz que ‘resiliência’ é a propriedade que alguns corpos apresentam de tomar a forma original após terem sido submetidos a uma deformação. Acreditamos que o caminhoneiro é o profissional mais resiliente deste País.

Somente nas últimas décadas, a categoria enfrentou inúmeras situações adversas. Tombou e levantou todas as vezes. Neste mês, por exemplo, esperava uma tabela com valores de frete que permitisse o mínimo de rentabilidade. Mas o governo divulgou números bem piores que os da tabela anterior (leia mais na pág. 17). Sabemos que, mais uma vez, os bravos motoristas irão à luta para reverter a decisão de Brasília.

E, como diz José Claudemir, caminhoneiro reconhecido como Rei da Boleia pela Transpanorama, vão de cabeça erguida. “Somos nós que levamos o leite, o arroz, o feijão, os móveis, o combustível para os brasileiros. Temos de ter orgulho disso.”

Ele não tem dúvida sobre sua escolha profissional: “Ser caminhoneiro foi a melhor decisão que tomei na minha vida, apesar de muita gente não valorizar a profissão”.

Claudemir lembra que em maio do ano passado a categoria cruzou os braços e parou o País inteiro, afetando inclusive os indicadores econômicos.

O governo não é bobo e sabe que a última coisa que precisa neste momento é de uma nova greve. E, enquanto redigimos esse editorial, já deve estar tomando providências para melhorar os pisos mínimos de frete.

O Brasil conhece a força do caminhoneiro. E a Revista Carga Pesada é testemunha de sua resiliência.

Feliz Mês do Caminhoneiro!