Dia 28 de outubro, os brasileiros escolheram o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) como o novo presidente da República. E o setor de transporte, como mostra reportagem desta edição (página 12), está bastante otimista em relação ao governo que tem início dia 1º de janeiro. Empresários e caminhoneiros acreditam em um novo ciclo de prosperidade para o País

Durante o processo eleitoral, a Carga Pesada chamou a atenção dos leitores para a necessidade de defendermos a democracia.

O ambiente político estava extremamente polarizado e algumas declarações de candidatos justificavam que a revista marcasse essa posição. Chegaram a dizer que não respeitariam o resultado das urnas caso não fossem eleitos. Outros defenderam nova constituinte. E, pior, propuseram nova Constituição feita por um conselho de notáveis, escolhidos pelo próprio governo.

Apesar desses rompantes, o presidente da República foi eleito legitimamente. E a decisão popular precisa ser respeitada. Isso é a democracia que a Carga Pesada defende. Mas essa deve ser uma luta constante. Não pode terminar com o fechamento das urnas.

Chama a atenção, neste mês de novembro, o fato de o Congresso querer aprovar alterações na lei antiterrorismo (13.260). Entre uma dezena de atos, ela já prevê como terrorismo a interrupção parcial ou total de rodovias.

O projeto de lei 272, que está em análise em Brasília, estabelece uma relação maior desses atos.
E o senador Magno Malta (PR-ES) aproveitou para apresentar novas motivações para prática dos crimes considerados como terrorismo. Atualmente, são xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião.

Malta acrescenta: “motivação política, ideológica ou social”, quando cometidos para “coagir governo, autoridade, concessionário ou permissionário do poder público a fazer ou deixar de fazer alguma coisa”.

Para bom entendedor, um pingo é letra. Se o projeto for aprovado com a emenda do senador, o caminhoneiro que bloquear rodovia pode ser considerado terrorista e passar de cinco a 30 anos na prisão.
Por isso, meu amigo, fique de olho. Temos de defender a democracia todos os dias.