Solução para semirreboque da empresa gaúcha está bem mais adiantada que as europeias

Durante sua participação no IAA Transportation 2022, realizada na em setembro na Alemanha, representantes das Empresas Randon se surpreenderam ao constatar que a eletrificação dos implementos rodoviários está mais adiantada no Brasil que na Europa. O sistema de tração auxiliar elétrico e-Sys desenvolvido pelo grupo gaúcho, que já está sendo testado por frotistas brasileiros, promete uma economia no consumo de diesel que pode chegar a 25%.

“O que nos surpreendeu no IAA é que vimos apenas uma solução desse tipo de um fabricante europeu. Mas a nossa solução está muito além em termos de tecnologia”, conta o CEO das Empresas Randon, Sérgio Carvalho. Ele concedeu uma entrevista exclusiva ao Grupo Carbono Zero, que reúne jornalistas e publicações, como a Revista Carga Pesada, para uma cobertura sustentável do evento (veja a íntegra no vídeo).

A tração elétrica do fabricante europeu, segundo ele, acrescenta um peso de 2,4 a 4,4 toneladas no implemento. “A nossa solução é de 600 a 800 quilos a mais apenas”, conta.

Outra importante diferença, de acordo com Carvalho, é que o sistema desenvolvido pela Randon liga e desliga automaticamente, preservando as baterias. “A solução apresentada lá está ligada o tempo todo, quer você precise ou não. Eles estão 4 ou 5 anos atrás”, compara.

A Randon vai começar a oferecer a novidade em escala comercial ainda neste ano.

Questionado sobre a diferença de preço entre a carreta com tração elétrica e a convencional, o CEO admite que ela é similar à existente entre os caminhões elétricos e os a diesel: custam até três vezes mais.
Inicialmente, o público comprador do novo implemento devem ser as empresas que têm compromisso com metas de sustentabilidade junto a clientes e acionistas. Mas aos poucos a tração elétrica será assimilada pelo mercado de transporte em geral.

Além da economia de diesel, o CEO cita outros benefícios da tecnologia. O sistema ajuda na tração de veículos que rodam por terrenos “mais difíceis” ou carregam cargas mais pesadas. E ainda aumenta a velocidade média dos veículos. “São outras formas de beneficiar o transportador”, declara.

Na entrevista, Sérgio Carvalho também fala sobre a experiência da Randon com nanopartículas e nióbio e sobre a expansão das atividades do grupo para o mercado dos Estados Unidos.