Nelson Bortolin

 Dono de uma rede de concessionárias Noma em Mato Grosso do Sul e São Paulo, Cláudio Montanha integra a expedição ao Pacífico e tem um motivo a mais para apostar nos portos do Chile. Há 4 anos, ele vem se dedicando a transformar cavalos 6×2 em 8×2. Puxando uma carreta 3 eixos, a combinação tem Peso Bruto Total Combinado (PBTC) de 54,5 toneladas e é autorizada pelo Conselho Nacional do Trânsito (Contran). A carga líquida é bem próxima das 37 toneladas do bitrem.

Como nem Bolívia, nem Chile permitem biarticulados, Montanha acredita que os 8×2 serão ideais para a nova rota. “Já fiz a inclusão de uns 300 eixos e meus clientes estão muito satisfeitos”, afirma. Segundo ele, o veículo ainda não se popularizou no Brasil porque o transportador é “igual a São Tomé”. “Eles esperaram para ver esses caminhões rodando e agora estão perdendo o medo de apostar neles”, alega.

Além de levar a mesma carga que o bitrem, Montanha defende que a configuração ajuda a combater o problema da falta de mão de obra especializada no setor de transporte. “Encontrar bom motorista para carreta simples é bem mais fácil que para dirigir bitrem”, afirma. A inclusão do quarto eixo, segundo ele, custa de R$ 38 mil a R$ 40 mil.

Diretor da Lontano Transportes, Airton Dall’Agnol mandou um de seus 250 caminhões para Montanha incluir o quarto eixo.  “Vou experimentar. Acho que essa é a tendência do mercado. A gente leva a mesma carga, não precisa investir em cavalo traçado. Além disso, esses veículos não enfrentam as restrições que os biarticulados enfrentam em algumas rodovias”, declara.