Presidente rejeita benefício de R$ 600 para profissionais que não estão inscritos no Cadastro Único

Nelson Bortolin

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL) criticou o veto do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) à concessão do auxílio emergencial de R$ 600 aos caminhoneiros, entre outras categorias. “É lamentável que o presidente que se diz amigos dos caminhoneiros apunhale dessa forma toda a categoria”, afirma Carlos Alberto Litti Dahmer, diretor da entidade e presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí (Sinditac).

O texto original do projeto de lei 873, do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) , previa que o benefício fosse pago a uma série de profissões, incluindo os motoristas. Mas Bolsonaro vetou a ampliação do benefício para profissionais informais que não estão inscritos no Cadastro Único. Clique aqui e leia mais.

Com o número 13.998, a lei foi publicada no Diário Oficial deste sexta-feira (15).

Para Litti, a decisão de Bolsonaro é desumana com os caminhoneiros autônomos que continuam trabalhando durante a pandemia da Covid-19, “correndo risco de serem contaminados/mortos”

Na justificativa do veto, o governo federal afirma que a proposta do senador fere o princípio da isonomia por privilegiar algumas profissões em razão de outras. Litti rebate afirmando que o presidente liberou um pacote de R$ 1,216 trilhão de ajuda aos bancos. “Tem um trilhão para banqueiro e não tem R$ 600 para o caminheiro? Isso é um absurdo”, questiona.

Saiba mais sobre o auxílio de Bolsonaro aos bancos clicando aqui.

Para saber mais sobre as razões apresentadas pelo governo para excluir a ampliação do benefício, clique aqui.

PROJETO – O representante da CNTTL conta que continua parado na mesa do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o projeto de lei 1953/2020 de autoria da deputada Pérpeuta Almeida (PCdoB/AC), que garante uma renda mensal de R$ 2 mil ao transportador autônomo durante três meses e a suspensão de três parcelas do financiamento dos caminhões, que voltariam a ser cobradas no final do contrato.

“Pedimos à Câmara que trate o nosso pedido como tema de relevância social. Neste momento de pandemia, nossa categoria está exercendo um papel fundamental ao garantir o abastecimento da população, dos hospitais e da indústria”, diz Litti.