Agência CNT

 

Dez entidades ligadas ao transporte de caga entregaram ontem ao governo federal uma proposta para renovar a frota de veículos pesados no Brasil. Atualmente, são cerca de 230 mil caminhões com mais de 30 anos. Esses veículos têm tecnologia ultrapassada e poluem mais do que caminhões novos. Também contribuem para aumentar os riscos de acidentes e os congestionamentos porque apresentam defeitos mecânicos com maior frequência.

Segundo a Confederação Nzcional de Transporte (CNT), a proposta entregue à Casa Civil e ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é voltada para os caminhoneiros autônomos e foi construída com base no RenovAR (Plano Nacional de Renovação de Frota de Caminhões), desenvolvido pela CNT. De acordo com o presidente da CNT, senador Clésio Andrade, “há vários anos, a Confederação Nacional do Transporte vem unindo esforços para sensibilizar o governo e outras entidades públicas e privadas sobre a necessidade de o Brasil implantar esse plano de renovação, pois essa é uma urgência do país sob os aspectos social, ambiental e econômico”.

Os caminhoneiros autônomos representam 89% da frota com mais de 30 anos. Entretanto, eles têm dificuldades na aquisição de um veículo novo. “A expectativa da CNT e das outras entidades que compõem o grupo é que o governo federal disponibilize linhas de financiamento especiais por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com mais facilidades de acesso ao crédito”, diz o senador Clésio Andrade. Também está inserida na proposta a disponibilização de benefícios fiscais e a necessidade de o governo regulamentar os centros de reciclagem de veículos.

Basicamente, a proposta prevista no Programa Nacional de Renovação de Frota funciona da seguinte forma: o caminhoneiro autônomo entrega o seu caminhão de mais de 30 anos a um centro de reciclagem e recebe um crédito tributário de R$ 30 mil e uma certificação de que o veículo foi destruído. Com esse documento, ele adquire um caminhão novo em alguma concessionária em condições especiais de financiamento, com juros baixos e prestações com valores mais atraentes.

O caminhoneiro autônomo tem ainda a possibilidade de trocar o veículo por outro caminhão usado, com até 10 anos. Se a proposta for implementada pelo governo federal, a expectativa é que em menos dez anos a atual frota de caminhões com mais de 30 anos esteja renovada. O governo federal se comprometeu a analisar internamente a proposta das entidades e deve apresentar um cronograma de implantação do programa.

Ao todo, dez entidades participaram da elaboração do estudo: Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), CNT (Confederação Nacional do Transporte), Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), Instituto Aço Brasil, Inesfa (Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço), NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), Simefre (Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários), Sindinesfa (Sindicato das Empresas de Sucata de Ferro e Aço), Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores) e SMABC (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC).