Mas as manifestações continuam em todo o País

Em entrevista à Carga Pesada, o diretor da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Norival de Almeida Silva, afirma que o acordo fechado no domingo (27) com o governo federal é um avanço e que a categoria deveria aceitar. “Um desconto de R$ 0,46 pode parecer pouco, mas se você fizer a conta vai ver que a diferença é muito grande no final do mês”. Num tanque de 700 litros, por exemplo, o motorista irá economizar R$ 322 a cada abastecida. Silva ressalta que a economia por não pagar pedágio sobre eixo suspenso também será importante.

Questionado se a MP que prevê a tabela de fretes será derrubada na Justiça pelos embarcadores, ele diz que essa é uma possibilidade sobre a qual nem os caminhoneiros, nem o governo têm controle. “Se essa tabela vigorar por algum tempo já terá sido um avanço porque os autônomos terão aprendido a negociar o frete e vão se fortalecer”, alega.

Na tarde desta segunda-feira (28) o diretor da CNTA se reúne com o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), para discutir redução de ICMS e IPVA e mais áreas de descanso para os caminhoneiros.

Em nota, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) considera o acordo assinado como uma “vitória” e pede a todos os caminhoneiros que voltem ao trabalho. “Conseguimos ser reconhecidos pela sociedade brasileira e pelo governo deste país. Nossa manifestação foi única, como nunca ocorreu na história. Seremos lembrados como aqueles que não cederam diante das negativas do governo e da pressão dos empresários do setor. Teremos o reconhecimento da nossa profissão, de que nosso trabalho é primordial para o desenvolvimento deste país. Voltem com a sensação de missão cumprida, mas lembrando que a luta não termina aqui”, diz o presidente da entidade, José da Fonseca Lopes.

O presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo Silva, o China, também aprovou o acordo e pede para a categoria encerrar a greve.

Apesar do posicionamento das entidades, os protestos de caminhoneiros continuam. A Polícia Rodoviária Federal ainda não divulgou balanço desta segunda-feira (28)