Formada na área de comunicação, ela queria continuar estudante, mas “foi ajudar” e tomou gosto pelo trabalho na empresa
Luciano Alves Pereira
O nome Picorelli tem o peso de um Adão & Eva para o transporte rodoviário de carga nacional: tudo começou com ele. Em Juiz de Fora (MG), mal começara a década de 1930 e já atuava a Empreza de Transportes Roque Picorelli, que virou Picorelli & Cia. Ltda., em 1936. Antes, porém, o nome famoso já tocava o Rodoviário Camerino (desde 1931). Roque tinha como sócio o irmão Galileu, com quem ficou até 1944, e Galileu foi em frente. De administração familiar, a Picorelli passou recentemente a contar com a participação da bisneta de Galileu, Fabiana Souza Picorelli Assis.
Eu me identifiquei muito com o ramo e desisti de fazer pós-graduação”, afirma Fabiana. O bom entendimento com o pai também pesou na decisão.
Ainda em 2010, Fabiana assumiu a gerência comercial da Picorelli – serviço difícil, mas ela se deu bem. Apesar de novata, diz que tem conseguido repassar os aumentos de frete e ampliar a carteira de clientes. “Por exemplo, a clientela entendeu o grande impacto de custos provocado pela Lei do Descanso”, observa. Por tal repasse, entre outros fatores, o certo é que “o faturamento da Picorelli crescerá 30% em 2013”, antecipa a gerente. A frota tem 50 veículos próprios e outro tanto de agregados.
A Picorelli Transportes especializou-se em cargas fracionadas e encomendas urgentes. Está qualificada para medicamentos. Atua no segmento mais concorrido do TRC, em São Paulo, Minas e Rio de Janeiro. Tem bases em Juiz de Fora (matriz), Belo Horizonte, Barbacena (MG), Três Corações (MG), Três Rios (RJ) e São Paulo capital. Para 2014, Fabiana diz que tem “planos amadurecidos para ampliação de cobertura, seja através de filial ou representante”. Melhor de tudo mesmo, do ponto de vista da comunidade transportista, é que Fabiana representa a continuidade desses Picorelli raçudos, vitoriosos na rude estrada do TRC brasileiro há 82 anos.