Fonte: Sindipesa

A falta de previsão orçamentária da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para reforço de equipes nos Estados com maior demanda de escolta para acompanhamento de transporte de cargas superdimensionadas ameaça o cronograma de construção de parques eólicos no Brasil. A informação é do Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais (Sindipesa). Estão igualmente ameaçados os transportes de turbinas e transformadores para as obras de construção das usinas hidrelétricas de Belo Monte e Teles Pires, estratégicas para o afastamento da crise de energia no país.

De acordo com a entidade, o setor de logística e transporte de cargas superpesadas e superdimensionadas, estratégico para um país como o Brasil, vive o pior momento da sua história, com a crise da Petrobras, que praticamente parou os investimentos nos setores de óleo e gás, a operação lava jato, que paralisou as empreiteiras e o baixo crescimento do PIB dos últimos anos, que provocou o adiamento de importantes projetos de infraestrutura.

Segundo o sindicato, não bastasse tudo isso, a falta de policiais rodoviários federais para acompanhamento das cargas com excesso de dimensões, se nada for feito com urgência pelo governo, vai representar uma espécie de pá de cal sobre o segmento.

Há vários transportes, principalmente no estado de Minas Gerais parados por mais de 30 dias, sob a alegação da PRF de que não há contingente suficiente nas delegacias do estado e que por falta de previsão e cortes no orçamento não há verba para deslocar policiais de outros estados. O segmento mais ameaçado é o de transportes de peças e equipamentos para a construção de dezenas de parques eólicos nas mais diversas regiões.

Para se ter uma ideia, a previsão é implantar até 1.900 torres eólicas em 2015, de acordo com dados da Abeeólica. Para a implantação de cada torre são necessárias pelo menos 10 viagens, sendo que 60% dos transportes requer o acompanhamento por escolta da PRF. Isso significa dizer que só o setor eólico demandará cerca de 11.400 acompanhamentos por batedores da PRF.

De acordo com dados da PRF serão necessários pelos menos 15 milhões de reais para garantir escolta para todas essas cargas, dinheiro que não foi previsto no orçamento.