“É um caminhão de verdade, desde 1994 até o início da segunda década não teve concorrente.” Este comentário, deixado por um leitor que se identificou como Frank no site da Carga Pesada, dá ideia do respeito que os motoristas brasileiros têm pelo Volvo FH, que está completando 20 anos de Brasil. Só no ano passado, foram vendidos 12.513 caminhões FH.
A comemoração incluiu o lançamento, em março, de uma edição especial com as quatro opções conhecidas de motor: 420, 460, 500 e 540 cv.
O “FH 20 anos” tem uma faixa colorida cruzando a lateral da cabine, além do letreiro Globetrotter no alto da parte frontal, com a identificação visual da data ao fundo. Tem também airbag, climatizador, suspensão a ar na cabine, bancos e volante de couro, rádio, CD, MP3, comandos no volante e uma faixa de madeira no painel.
HISTÓRIA – O FH12 Globetrotter com 380 cv chegou ao Brasil em 1994, importado da Suécia, logo depois da implantação do Plano Real, que aumentou a demanda de cargas industriais, mais leves, no País. A Volvo decidiu então investir nos modelos cara-chata. Na época, eles representavam menos de 15% do mercado. “Hoje vemos que a decisão foi acertada. O modelo com cabine avançada podia levar 12 metros cúbicos ou 700 quilos de carga a mais”, lembra o diretor geral da Volvo, Bernardo Fedalto.
Em 1998, o FH começou a ser produzido na fábrica de Curitiba. De lá para cá saíram sete versões do primeiro caminhão com motor eletrônico montado no Brasil.
O modelo introduziu no mercado brasileiro o conceito de célula de sobrevivência e cabine confortável com 1,95 de altura, estampada em aço de alta resistência, suspensão com câmaras pneumáticas e amortecedores de duplo efeito, além do visual moderno para os padrões dos anos 90.
O primeiro motor com injeção eletrônica D12A mostrou ser mais econômico, por controlar com mais precisão a injeção do combustível, graças ao comando de válvulas no cabeçote e unidades injetoras para cada um dos cilindros.
Outra novidade foi o freio-motor VEB (Volvo Engine Brake), de 326 cv (hoje já passa dos 500 cv), com alta potência de frenagem e que aumentou para 300 mil quilômetros o intervalo nas trocas das lonas.
O primeiro FH foi vendido pela Vocal – na época concessionária Volvo para São Paulo – para a empresa XHP, que transportava frutas em baús frigorificados do Norte da Argentina para a Ceasa. “O cliente comprou o caminhão só de ver a foto”, lembra Luis Pimenta, presidente da Volvo Bus, na época gerente da Vocal.
Em 1999, o modelo ganhou o motor D12C, de 380 e 420 cv, equipado com computador de bordo central, “uma ferramenta para se obter uma série de informações sobre o desempenho do caminhão, aumentando a produtividade do veículo”, lembra Sérgio Gomes, diretor de estratégia da Volvo e um dos principais responsáveis pela vinda do FH para o Brasil.
No início houve resistência por parte dos motoristas, que viam o computador como um “dedo-duro” que registrava informações sobre a forma de condução. Mas o aumento do conforto facilitou a adaptação à novidade.
Em 2003, além do motor de 460 cv, chega a primeira geração da caixa de câmbio I-Shift, a única sem pedal de embreagem, e que atualmente equipa mais de 90% dos caminhões Volvo. “Mostramos para o cliente que maior potência não significava maior consumo e sim mais produtividade com melhores velocidades médias”, lembra Álvaro Menoncin, gerente de engenharia de vendas da Volvo.
Em 2009 o modelo ganha os dispositivos de segurança ativa como o Controle Eletrônico de Estabilidade, e em 2012 os motores Euro 5, que reduzem o consumo e as emissões. Com tudo isso, o FH 440 6×2 foi por três anos o caminhão mais vendido do Brasil.

 

…e o da série especial de aniversário: diferenças que marcam a evolução