Avaliação é de presidentes de sindicatos de transportadoras
Nelson Bortolin – Revista Carga Pesada
Uma pá de cal. Foi assim que o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga (Setcesp), Tayguara Helou, classificou o fim da desoneração da folha de pagamento, medida anunciada na quarta-feira (29) pelo governo federal. Somente as empresas de comunicação, a construção civil e transporte de passageiros mantiveram o benefício.
“O fim da desoneração representará o término de muitas empresas e a demissão em massa de milhares de colaboradores”, ressalta Helou. De acordo com ele, os balanços das maiores empresas já acumulam dois anos de prejuízo. “O governo vai com essa medida reduzir o recebimento de impostos, pois com o aumento da carga tributária muitas empresas ficarão inadimplentes com suas obrigação fiscais por falta de recursos”, acredita.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transportes do Paraná (Setcepar), Marcos Battistella, concorda. “O fim da desoneração pode representar uma nova onda de demissões. Você volta a onerar empresas que estão sufocadas e com poucas margens positivas. O empresário até pode tentar negociar com os clientes, mas eles estão irredutíveis na questão de repasse de custo e as empresas estão no limite, sem condições de pagar mais imposto”, declara. De acordo com ele, com a medida, o transporte rodoviário de carga perde “até 2% de sua margem”, declara.
A desoneração, implantada no governo Dilma Rousseff (PT), fazia com que as empresas deixassem de recolher 20% de impostos sobre a folha de pagamento e passassem a recolher de 1% a 2% sobre a receita.