Para justificar todas as obras do novo plano de concessões para escoar os grãos do Centro-Oeste, a produção em Mato Grosso – a maior da região – precisaria mais que quadruplicar. São ao menos cinco diferentes novos caminhos planejados para levar a diferentes portos a produção nacional. Um deles já está em operação e os outros quatro estão previstos no novo programa do governo (duas ampliações e dois projetos novos).

Segundo assessores presidenciais e especialistas do setor, na prática será impossível leiloar todos os novos trechos. Alguns inviabilizam os outros comercialmente, mas todos foram incluídos no programa por uma decisão da presidente Dilma.

Para compensar o custo de implantação sem subsídios, estudos do próprio governo apontam que uma nova ferrovia precisa transportar ao menos 50 milhões de toneladas/ano –o equivalente a toda a produção prevista para este ano em Mato Grosso.

Hoje, a maior parte da produção de grãos do Estado (cerca de 65%) segue de caminhão até o Sul/Sudeste, o que tem custo elevado, cerca de R$ 185/tonelada.

Outra parte (cerca de 20%) é escoada por ferrovia, em uma linha que começa em Rondonópolis (MT) e vai até Santos (SP), com preço um pouco mais baixo (R$ 160/tonelada).

Os 15% restantes vão para portos no Norte, divididos em barcaças, caminhões e trem. Como só há um caminho ferroviário, os produtores reclamam de preços altos.

A linha de trem já existente é da ALL, que faz obras para aumentar a quantidade de produtos transportados, hoje em 13 milhões de toneladas/ano do Centro-Oeste.

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