Todo mundo sabe que dirigir depois de beber, além de perigoso, é considerado infração gravíssima. No Brasil, a multa é de R$ 2.934,70 e o infrator recebe sete pontos na carteira, além de perder o direito de dirigir por 12 meses.  Mas o que muitos não sabem é que guiar de ressaca também pode ser arriscado. A Ford encomendou uma pesquisa para verificar os riscos de dirigir na manhã seguinte da bebedeira, quando muitos motoristas ainda sentem os efeitos do álcool e criou até um traje de ressaca para simular as reações do corpo humano nessas condições. Veja o  vídeo.

No Reino Unido, por exemplo, uma em cada dez detenções de motoristas por ingestão de bebida ocorre entre 6 e 8 horas da manhã.  A pesquisa apontou que os domingos são os dias em que mais pessoas têm ressaca e 11 horas é o horário de pico dos seus efeitos.

E mesmo quando os condutores não ultrapassam a dose permitida de álcool, eles apresentam um risco que pode ser tão alto quanto para os que estão dirigindo bêbados, já que provavelmente não dormiram e seu tempo de reação foi afetado.

“Não há como saber exatamente quanto tempo uma pessoa leva para ficar completamente sóbria na manhã seguinte, mas é mais do que muitos imaginam”, afirma Charli Brunning, da Brake, instituição de segurança rodoviária do Reino Unido. “Mesmo pequenas quantidades de álcool aumentam o risco de falha. Além de perder a carteira, alguém pode perder a vida”, completa.

O Traje de Ressaca, desenvolvido pelo renomado Instituto Meyer Hentschel, na Alemanha, consiste em um colete especial, pesos de pulso e tornozelo, óculos e fones de ouvido para simular sintomas de fadiga, tonturas, dor de cabeça e dificuldade em se concentrar.

Entre os que já experimentaram o Traje de Ressaca em primeira mão está Richard Stephens, professor de Psicologia da Universidade Keele, na Inglaterra,  que pesquisa os efeitos do álcool e da ressaca. “Muitas vezes as pessoas não percebem o grau em que uma ressaca afeta sua capacidade de fazer qualquer atividade e o Traje de Ressaca ajuda a mostrar isso”, diz Stephens.