A fumaça liberada pelos motores a diesel pode causar câncer em humanos e está na mesma categoria que o amianto, o gás mostarda e o gás arsênico, afirmaram especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) esta semana.

Os especialistas, que disseram que a decisão foi unânime e com base em evidências científicas “convincentes”, pediram que as pessoas ao redor do mundo reduzam a exposição à fumaça do diesel o máximo possível.

Em um anúncio que provavelmente causará consternação entre fabricantes de caminhões e carros, a Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (Iarc, na sigla em inglês), com sede na França, reclassificou o escape do diesel do grupo 2A, de provável carcinógeno, para o grupo 1, que inclui as substâncias com associação comprovada com o câncer.

“O grupo de trabalho (de especialistas) descobriu que o escape do diesel é uma causa de câncer de pulmão e ainda observou uma associação positiva com um risco aumentado para o câncer de bexiga”, disse a agência, que integra a OMS, em um comunicado.

A decisão é o resultado de uma reunião de uma semana de duração com especialistas independentes que verificaram as mais recentes evidências científicas sobre o potencial de causar câncer da fumaça do diesel e da gasolina.

A decisão coloca a fumaça do diesel na mesma categoria de risco de uma série de substâncias nocivas, como amianto, arsênico, gás mostarda, álcool e cigarro.

Christopher Portier, chairman do grupo de trabalho da Iarc, disse que a conclusão do grupo “foi unânime, de que o escape do motor a diesel pode causar câncer de pulmão em humanos”.

“Dados os impactos adicionais à saúde das substâncias particuladas do diesel, a exposição a essa mistura de substâncias químicas deverá ser reduzida em todo o mundo”, disse ele em um comunicado.

A Iarc observou que grandes populações ao redor do mundo estão expostas à fumaça do diesel no cotidiano, seja no trabalho ou no ambiente.

“As pessoas estão expostas não apenas à fumaça dos carros, mas também ao escape de outros motores a diesel e dos geradores de energia”, afirmou a agência.

 Fonte: UOL