Enquanto Bolsonaro tenta achar fórmula para segurar os preços, estatal ressalta aumento da demanda no segundo semestre
Relator do Projeto de Lei Complementar (PLP) 18/2022, que limita a aplicação de alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre combustíveis, senador Fernando Bezerra (MDB-PE), afirmou que a aprovação dos projetos voltados à redução dos combustíveis nos postos pode derrubar em R$ 1,65 o preço da gasolina e R$ 0,76 o preço do diesel.
“Existe uma simulação que diz que o impacto no litro do óleo diesel será de 76 centavos e no litro da gasolina de R$ 1,65. Então, estamos fazendo tudo isso para que possamos aliviar”, afirmou Bezerra. Ele, no entanto, destacou que não existe proposta de tabelamento de preços. Isso, na prática, pode anular qualquer possível redução na bomba, a depender do cenário internacional.
Para ser aprovado no Senado, o projeto depende de uma série de acordo com os governadores. A União se propõe a indenizar os Estados que zerarem impostos de combustíveis, mas ainda não há uma fórmula sobre como isso vai ocorrer e nem se sabe exatamente quanto vai custar.
Enquanto o governo busca segurar os preços dos combustíveis pelo menos até as eleições de outubro, a Petrobras divulgou nota nesta quarta-feira (8) apontando para o aumento dos preços, principalmente o do diesel: “Em um cenário de escassez global, o abastecimento nacional requer uma atenção especial. Como o país é estruturalmente deficitário em óleo diesel, tendo importado quase 30% da demanda total em 2021, poderá haver maior impacto nos preços e no suprimento. Esse quadro se acentua dado que o consumo nacional de diesel é historicamente mais alto no segundo semestre devido às sazonalidades das atividades agrícola e industrial. Ressalta-se, também, que o mercado interno registrou recorde de consumo de óleo diesel no ano passado e essa marca deverá ser superada em 2022”, diz a estatal.