Importadores seguem pagando 16% para trazer pneus de carga e de ônibus; no caso dos de veículos de passeio, a alíquota foi para 25%

Nelson Bortolin

O Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex), do governo federal, decidiu negar o pedido de aumento da taxa da importação de pneus de carga. Em abril, a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (Anip) havia pedido ao Gecex, órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, a elevação do imposto dos atuais 16% para 35%.

A indústria nacional alega que os pneus asiáticos são vendidos no Brasil com preços abaixo do custo, uma prática chamada de dumping, que visa destruir a capacidade de produção da concorrência.

A Anip e a Associação Nacional dos Importadores e Distribuidores de Pneus (Abidip) vêm travando uma guerra de versões desde que o pedido foi feito.

Com medo do reflexo que a medida teria em seus custos, as transportadoras e caminhoneiros também entraram na briga para forçar o governo a rejeitar o aumento da taxa.

Em reunião na semana passada, o Gecex decidiu manter o imposto da importação de pneus de veículos de carga e de ônibus em 16%

A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) chegou a pedir uma audiência pública na Câmara dos Deputados, que foi realizada no dia 10 de setembro. “Temos certeza (que a decisão do governo) foi um reflexo da discussão na audiência pública, dos posicionamentos dos representantes dos caminhoneiros”, afirma Alan Medeiro, assessor institucional da entidade.

De acordo com ele, a confederação vai seguir lutando por outras duas reinvindicações que apresentou ao Ministério do Desenvolvimento: que seja oferecido um crédito par o caminhoneiro comprar pneu nacional e que o imposto sobre produtos industrializados (IPI) seja zerado na compra de pneus pela categoria.

Carros de passeio

No mesmo dia em que negou o aumento da taxação para pneus de veículos de carga e de ônibus o Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex) concedeu  aumento da alíquotas de 16% para 25% no caso dos pneus de veículos de passeio.