Em 18 meses, a Mercedes-Benz transformou a linha de montagem de automóveis de Juiz de Fora numa das mais modernas fábricas de caminhões do mundo, que foi oficialmente inaugurada dia 3 de maio, embora esteja produzindo desde janeiro.
A fábrica pode produzir até 50 mil veículos, que, somados a 80 mil de São Bernardo do Campo, elevam a capacidade da montadora para 130 mil veículos por ano.
Cercada de verde, na Zona da Mata mineira, a fábrica de Juiz de Fora tem 176 mil metros quadrados de área útil numa área total de 2.800.000 metros quadrados – quase três vezes o tamanho da unidade paulista.
De início, estão sendo produzidos lá apenas o leve Accelo e o extrapesado Actros. Tem 900 funcionários e representou um investimento de R$ 450 milhões.
Para este ano, a previsão de produção em Juiz de Fora é de 12 mil caminhões. “Mesmo com a queda geral da produção de caminhões no Brasil, este será um grande ano para nós”, disse o presidente da montadora, Jürgen Ziegler.
Os patamares de vendas de veículos comerciais no Brasil vêm crescendo: a Mercedes saltou da média anual de 38 mil unidades registrada entre 1983 e 2003 para 80 mil no ano passado.
“Acreditamos no crescimento da agricultura e na redução dos déficits habitacional e de infraestrutura no Brasil. Com a unidade de Juiz de Fora, a Mercedes-Benz fica mais forte, rápida e competitiva para participar desses projetos”, justificou o vice-presidente Ronald Linsmayer.
Para isso, um dos desafios da montadora será atingir o índice de nacionalização de modelos como o Actros, que por enquanto tem apenas 25% dos componentes fabricados no Brasil. A meta é atingir 64% em 2013 – índice que já permitiria acesso às facilidades de financiamento do Finame.
A fábrica de Juiz de Fora é limpa e silenciosa. A linha de produção utiliza veículos teleguiados, os chamados AGVs, que dispensam a estrutura fixa de linha de arraste. Não é preciso parar a linha inteira para manutenção, basta substituir um AGV por outro.
Embora esteja trazendo os fornecedores para junto da fábrica, a Mercedes não abre mão de usar muitos componentes próprios na montagem dos caminhões: da usinagem ao design, motores, eixos, transmissões e cabines têm a marca da estrela de três pontas.
A Maxion, a Randon e a Seeber já estão instaladas lá e montam longarinas e subsistemas, além de fazer a pintura de partes plásticas e peças. O parque também tem a Grammer, fornecedora de bancos para os caminhões.