Revista Carga Pesada

A Iveco defende que a Fórmula Truck torne obrigatório novamente o uso de catalisadores nos veículos que participam da competição. Na temporada de 2014, os equipamentos foram abolidos a pedido das equipes concorrentes. Os pilotos alegam que, com o catalisador, os motores e periféricos dos caminhões perdem resistência e durabilidade e ficam silenciosos, o que torna a prova “menos emocionante” para os torcedores que vão aos autódromos.

Caminhão Iveco do piloto Beto Monteiro

A montadora italiana afirma ter sido pega de surpresa pela decisão de abolir os catalisadores nas provas no início deste ano. “Assim que recebemos o regulamento de 2014, nós nos posicionamos oficialmente contrários junto à organização do evento”, afirma Maurício Corrêa, gerente de Marketing da Iveco. “Estamos indo contra a tendência do mundo inteiro de preservação do meio ambiente”, declara. Ele lembra que, há três anos, o Brasil adotou a tecnologia Euro 5 para veículos a diesel. E que a Europa já está no Euro 6. “A Fórmula Truck não pode ir contra essas evoluções”, avalia.

 

De acordo com o gerente, a organização da prova faz checagem de emissão de fumaça durante o campeonato, mas essa checagem não é suficiente. “Os comissários da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA) analisam as imagens das emissoras de televisão das cidades que sediam as etapas”, explica. Os comissários, segundo ele, não utilizam nenhum outro tipo de equipamento de precisão para fazer as medições.

Para Correa, todos perdem com a retirada do catalisador: as montadoras que mantêm equipes na competição, os patrocinadores, e o público. Segundo o executivo, a Iveco defende não só a volta dos catalisadores, mas “toda evolução” que ajude a reduzir emissões e garantir segurança ao público e aos pilotos. “É possível evoluir neste sentido sem que a prova perca a adrenalina, que faz as pessoas irem até o autódromo”, garante.

Neusa Navarro: é preciso controlar a fumaça que sai dos caminhões

A presidente da Fórmula Truck, Neusa Navarro, diz que a decisão unânime das equipes era de que os catalisadores deveriam ser substituídos por um restritor, equipamento que, segundo ela, mantém o ronco do motor, mas controla a emissão de fumaça. Mas nem todo mundo obedeceu essa determinação e muitos pilotos foram penalizados por excesso de fumaça. Neusa afirma que um parceiro da competição – a DSA – desenvolveu outro sistema, que já foi testado, para controle de emissões. “Para 2015, nós vamos utilizar esse aparelho ou vamos trazer de volta os catalisadores”, declara.

A Fórmula Truck retorna dia 1º de março, com a primeira etapa em Caruaru (PE).