Nelson Bortolin

Revista Carga Pesada

 

Quintuplicar o número de caminhões desmanchados até 2018 é a meta da JR Diesel, que acaba de lançar um programa de compra direta de veículos sinistrados. Até hoje, a empresa vinha desmontando e revendendo peças de cerca de mil caminhões por ano, comprados de seguradoras ou de empresas parceiras. Com o programa de compra direta do proprietário, ela quer ampliar esse número para cinco mil unidades/ano.

Segundo o diretor de Marketing e Desenvolvimento da JR Diesel, Arthur Rufino, a compra pode ser feita em qualquer parte do País, sendo que, dependendo do estado do caminhão, o valor pode chegar a 35% da tabela Fipe. “A média fica em torno de 15% da tabela”, conta. Ele diz que a empresa compra veículos de todas as marcas, com exceção daqueles que foram totalmente queimdados no sinistro. “Nós mandamos um avaliador até o local, avaliamos o veículo e fazemos uma proposta com base na tabela Fipe. Se o proprietário aceitar, nós o ajudamos no processo de baixa do documento e nos encarregamos de retirar o veículo do local”, conta.

O diretor explica que as recentes sanções de duas leis regulamentando a atividade de desmanche (uma federal e outra de São Paulo) deu segurança para a empresa arriscar-se na compra de mais veículos. Rufino ressalta que apenas 6% dos caminhões no Brasil são segurados. E que nem todo proprietário conhece a possibilidade de reaver parte do prejuízo fazendo a venda para o desmanche legal.

Ele diz que, em média, 85% do veículo sinistrado é formado por peças de reuso; 10% são sucatas metálicas que a JR Diesel vende aos sucateiros legalizados; e 5% são resíduos (contaminantes ou não), para os quais a empresa se encarrega de fazer a destinação adequada. O diretor afirma que a idade média da frota adquirida é de 7 anos. “Mas isso não quer dizer que não aceitamos caminhões com 15 anos ou mais”, afirma.

Segundo Rufino, as peças retiradas dos veículos sinistrados são separadas em três categorias. A “a” é aquela que está em perfeita condição de uso e pode ser revendida diretamete ao consumidor final; a “b” é a que sofreu alguma avaria e precisa de reparo; e a “c”, que não tem condições de ser reaproveitada. Neste último caso, de acordo com ele, a JR Diesel faz a logística reversa até o fabricante.

Por muito tempo, conforme afirma o diretor, a empresa pensou que seu maior diferencial era apresentar preço 50% abaixo do mercado de peças novas. “Mas, fomos percebendo que o principal atrativo nosso é ter todas as peças. Como desmontamos muitos caminhões de todas as marcas, é comum só nós termos a peça que o dono precisa”, afirma.

Criada em 1985, a JR Diesel já desmontou 12 mil caminhões e tem 85 mil clientes, 75% deles, segundo Rufino, são caminhoneiros autônomos. O faturamento da empresa é de cerca de R$ 50 milhões.