Mais de 70% dos alunos que passaram pelo Programa Caminhão Escola da Fundação Adolpho Bósio de Educação no Trânsito (Fabet) no ano passado estavam com sobrepeso. Esse é um dos indicadores de saúde dos caminhoneiros revelados por um estudo realizado pela instituição. A pesquisa foi feita com 314 profissionais que participaram dos programas básico (PCEB) e avançado (PCEA). O índice de sobrepeso no PCEB foi de 77% e, no PCEA, de 72%.
No grupo avançado é que se concentra o maior número de obesos. Eles representam 22% do total contra 14% dos do PCEB. O estudo também avaliou a circunferência abdominal dos alunos, já que este tem sido um indicador importante relacionado a doenças cardíacas.
O resultado é que 24% dos participantes do PCEB e 36% do PCEA tinham “barriga” além do considerado razoável, que são 102 centímetros. Outro dado preocupante é que 11% do pessoal do programa básico e 19% do avançado apresentou glicemia acima do valor aceitável, o que predispõe os profissionais a maiores riscos de doenças no coração e no cérebro, entre outras.
A pressão arterial também estava alterada em 16% dos alunos do PCEB e 19% dos do PCEA. A hipertensão em boa parte das vezes não apresenta sintomas e por isso é preciso sempre que possível checar a pressão.
A pesquisa também apontou que 15% do pessoal do PCEB e 22% do PCEA eram fumantes. A Fabet considerou a situação muito preocupante até porque a média de idade dos motoristas – 30 e 35 anos – é baixa.
Para resolver esses problemas não há mágica. A receita é bem conhecida: deixar o tabaco, fazer atividade física e buscar uma alimentação saudável. Para quem passa a vida na estrada, são tarefas mais difíceis, mas não impossíveis.