Montadora vê bom momento da economia e aposta num crescimento de 18% nas vendas em 2020
Desde a Fenatran, realizada em outubro, a Mercedes-Benz vendeu 500 unidades do novo Actros, sendo 150 equipados com o MirrorCam, tecnologia que substitui os retrovisores convencionais. Os números foram apresentados à imprensa nessa sexta-feira (31), em São Bernardo do Campo.
Para manter a liderança do mercado de caminhões conquistada em 2014, a receita da montadora é focar nas necessidades dos clientes, principalmente em termos de rentabilidade. A empresa tem o desafio de voltar a ter independência financeira em relação à matriz. “Precisamos fazer dinheiro. Nós últimos anos, dependemos de injeção de capital da nossa matriz na Alemanha. Este tempo acabou”, disse presidente da Mercedes-Benz, Philip Schiemer.
A montadora, que vai lançar dois caminhões, um ônibus e mais dois serviços neste ano, estima que o mercado total de caminhões no País vai atingir 120 mil unidades, o que representa um crescimento de 18% na comparação com 2019.
O presidente considera que a economia brasileira vive um momento positivo. E que as principais demandas por caminhões virão do agronegócio, varejo, logística, bebidas, mineração, transporte de combustíveis e produtos químicos e, como novidade, da construção civil, que nos últimos anos teve baixa performance.
Em entrevista à Revista Carga Pesada, o vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, Roberto Leoncini, ressaltou que montadora está focada em oferecer rentabilidade para o cliente, não só no Brasil. “A gente tem que manter a energia e o foco no cliente, entregar valores e soluções para que o nosso cliente ganhe dinheiro.”
Um dos desafios, segundo ele, diz respeito à redução de emissões de gases na atmosfera. “Precisamos zerar o CO2 em alguns lugares do mundo em curto prazo. Então, evidentemente temos que gerar receita para poder fazer investimentos e descobrir novas soluções para atender essa demanda crescente do CO2 zero.”
Especificamente no Brasil, Leoncini acrescentou mais um desafio ao lema da montadora: “As estradas falam. A Mercedes-Benz ouve. E reconhece o sotaque”, afirma. Segundo ele, entender as demandas regionais é fundamental para um País de dimensões tão grandes como o Brasil. “Temos de entender localmente, agir rapidamente e entregar soluções.”
Para o vice-presidente, que nesta sexta-feira ajudou a preparar uma moqueca servida aos jornalistas, o segredo de atender o mercado de caminhões é igual ao de cozinhar. “Precisa entender bem seu público. Que ele saia satisfeito.”