Para o caminhoneiro autônomo de Contagem, Wellington da Torre, Minas Gerais têm as piores estradas. Ele não entende porque, numa mesma rodovia federal, no caso a BR-262, a situação da pista melhora muito quando se ultrapassa a divisa com o Espírito Santo.
De fato, a 262 em terreno capixaba, segundo estudo recente da CNT, apresentou apenas um ponto crítico contra 16 em Minas Gerais. Mas é preciso observar que a malha do ES é minúscula na comparação com a mineira.
Em entrevista concedida à Revista Carga Pesada, o diretor executivo da CNT, Roberto Batista, afirma que sim: é possível que uma mesma rodovia federal esteja em piores condições num estado que em outro estado vizinho. Isso porque a distribuição de dinheiro da União para cada unidade federativa cuidar das rodovias não é homogênea (clique aqui e leia mais).
Na 040, pista é mais estreita que caminhão
Trafegar pela BR-040 lá em Minas também é uma aventura, principalmente no trecho entre Belo Horizonte e Juiz de Fora. “Privatizada, a rodovia já deveria estar toda duplicada, mas fizeram uma terceira pista, na verdade, uma gambiarra entre BH e Juiz de Fora, que não comporta a largura de um caminhão”, denuncia.
O veículo de carga que transita por essa terceira pista, de acordo com ele, está sempre com as rodas da esquerda sobre a faixa. O mineiro não se conforma com o fato de a 040 estar sob concessão. “O pedágio está extremamente caro. Até quando teremos de suportar isso?”, questiona. Uma combinação de veículo de carga (CVC) de cinco eixos paga R$ 31,50 em cada uma das 10 praças de pedágio da VIA 040 em Minas.
Segundo o motorista instrutor Sérgio Caldeira, a BR-040 em Minas Gerais está igual ou pior que antes da concessão. “Tanto para o norte quanto para o sul: o pavimento está esfarelando, crateras se abrindo, faixas e tachões sem visibilidade e nenhum grau de reflexão, sem contar os longos trechos de pista simples com duas faixas minguadas de cada lado, exigindo o máximo de habilidade de cada condutor, principalmente dos pesados cujos retrovisores passam colados uns nos outros”, afirma.
As pontes e viadutos da rodovia são “antiquados”, segundo o motorista instrutor, o que acarreta longas filas para cruzá-los. “Quando cai a noite, pouco ou nada se enxerga da pista. Cada condutor segue sua intuição. Se tiver chovendo então….”
A reportagem tentou ouvir o Ministério dos Transportes, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (DNIT) e a Concessionária Via 040 sobre a situação das pistas, mas não obteve retorno dos pedidos de entrevistas.
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