Caminhoneiros autônomos de São Paulo realizam na manhã de domingo, 4, uma assembleia para decidir se farão o que entidades do setor chamam de “mega manifestação” contra o início da restrição à circulação de caminhões. Segundo a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a proibição terá início na segunda-feira, 5.

Serão fiscalizados os caminhões que estiverem transitando pela Marginal Tietê e avenidas próximas, no período das 5 horas às 9 horas e das 17 horas às 22 horas, de segunda a sexta-feira e, aos sábados, das 10 horas às 14 horas.

Segundo a companhia, a implantação dessa restrição “faz parte de um conjunto de medidas que a atual administração tem realizado com o intuito de reduzir as ocorrências envolvendo caminhões e que geram interferências no sistema viário principal nos horários mais críticos”.

Serão considerados irregulares e passíveis de autuação por transitar em local e horários não permitidos os veículos que não estiverem devidamente cadastrados. A multa é de R$ 85,13, infração média, com acréscimo de quatro pontos na carteira nacional de habilitação.

As restrições enfrentam fortes resistências das entidades representativas do transporte de cargas. O sindicato das transportadoras de São Paulo, o Setcesp, divulgou nota atestando que a proibição de caminhões não é a “solução para o caótico trânsito da cidade, que padece a cada dia com congestionamentos cada vez maiores devido ao número crescente de veículos de passeio que entram nas ruas”.

A entidade lembra que a Marginal do Tietê e avenidas próximas são a espinha dorsal da logística brasileira, unindo diversas rodovias que cortam o País. “Sem o Rodoanel completo, que fará o papel de distribuir os veículos de passagem entre as rodovias de origem e destino sem passar por dentro da cidade, as restrições se mostram uma medida inviável”, afirma a nota.

Na última sexta-feira, o presidente do Sindicado dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam), Norival de Almeida Silva, disse em entrevista ao Jornal da Tarde que se as regras da restrição não mudarem, os caminhoneiros parariam a Marginal do Tietê em protesto. “Pelo menos a Dutra vai ficar fechada até São José dos Campos”, afirmou. Em nota, representantes da categoria informaram ser “contra a restrição na Marginal do Tietê”, criticando as autoridades municipais “pelo encerramento das negociações”.

A assembleia está prevista para as 9h na sede do Sindicam, no Parque Novo Mundo, zona norte da capital.

De acordo com o Sindicam, existem 54 mil caminhoneiros autônomos na cidade de São Paulo.

Com informações do Jornal da Tarde